Augusto Santos Silva, presidente da Assembleia da República (AR), disse esta quinta-feira em plenário que foi aberto um processo de averiguações à captação de imagens e som de uma conversa "particular" entre órgãos de soberania, dentro do Parlamento, no passado dia 25 de abril.
O presidente da AR foi confontado pela Iniciativa Liberal (IL) e pelo Chega com um vídeo em que aparece com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e com o primeiro-ministro, António Costa, a comentar o "ralhete" dado à bancada parlamentar do Chega no dia 25 de Abril, na sequência da atitude demonstrada pelo partido durante o discurso de Lula da Silva, e a dizer que a IL tem "falta de integridade política", depois de apenas o líder da bancada parlamentar deste partido ter marcado presença aquando das declarações do presidente brasileiro.
"Lamentavelmente, na terça-feira, foram colhidas imagens com captação de som de uma conversa informal e particular entre representantes de órgãos de soberania e outras personalidades, sem terem conhecimento e muito menos autorizado para a captação de som. Foi num momento de pausa entre duas sessões solenes. É lamentável e inaceitável que na AR se recolham imagens e captação de som sem as pessoas saberem e estarem a autorizar essa recolha", disse Santos Silva.
O presidente da AR declarou que durante a manhã de hoje determinou "aos serviços da AR a abertura de um processo de averiguação" e que o vídeo em causa foi retirado do canal do Parlamento "porque não pode existir no site da AR nenhum material que tenha sido recolhido à margem da lei e dos direitos individuais".
Para Santos Silva, a captação daquelas imagens representaram "uma violação gravíssima de direitos individuais", recusando-se, contudo, a comentar o conteúdo da conversa.