Como nunca antes, o mundo ocidental está apto a acompanhar todas as movimentações, testemunhar os obstáculos logísticos das duas partes e a desproporção das forças e sustentar uma formação de opinião generalizada.
Esta semana é dedicada a frustrações que inquietam. Violência, maus-tratos, agressões. Às pessoas e à língua. Cada uma com o seu peso e medida, são causas silenciosas que, se não são feitas tema, acabam perdidas.
Como que encurralados numa espiral obsidente da Lei de Murphy, as crises e as dificuldades acrescidas que delas advêm afetam sempre aqueles que são mais frágeis e já se encontram em contextos debilitados. É perfeitamente antecipável que aqueles que têm menor rendimento são os que irão sentir, de forma mais severa, abrupta e desequilibrada, cada…
A vantagem de um governo ter maioria absoluta é que pode pôr e dispor sem dar cavaco a ninguém. E sem olhar a consequências ou querer saber de suscetibilidades feridas. Mas engana-se, António Costa, se acha que ter a maioria lhe retirará o escrutínio. Pelo contrário.
Na angústia e na incerteza, somos mais condicionados do que o cão de Ivan Petrovich Pavlov. Se nos dizem para não entrarmos em pânico, é certinho que o nosso nível de cortisol dispara. Talvez nem sequer ainda tivéssemos pensado sobre a hipótese de nos faltarem bens essenciais. Mas o facto de nos assegurarem que eles…
Precisamos da ajuda dos meios de comunicação para nos recuperarmos do estado de agonia coletiva em que nos encontramos. Descrever a agonia exaustivamente, de todos os ângulos e ao minuto, não contribui para a resolver nem nos alivia a dor. Agrava-a extraordinariamente. Empurra-nos mais um pouco para o fundo.
O nosso olhar ocidental pode limitar-nos o alcance, justificando alguma miopia na interpretação dos factos. Somos filhos do privilégio e, pelo continente Europeu, são mais as vitórias a celebrar do que os obstáculos no caminho. Neste contexto, Portugal volta a estar na cauda da fila.
O mundo está neste momento a condenar a Rússia pela injustificada invasão de um país soberano e independente. Mas o mesmo mundo apoia o uso da força militar por parte dos invadidos, legitimando-o com a necessidade de defender o seu território, a sua liberdade, o seu povo. A mesma guerra tem dois protagonistas, nesta história…
Estão a retirar às crianças o sonho, censurando as histórias de encantar de príncipes e princesas, bruxas e dragões, porque não traduzem o dia-a-dia que ser inclusivo. Mas porque raio têm de traduzir? São histórias de encantar. Porque lhes atribuem significados que não têm e lhes deduzem ideais que não defendem?
Agora que o Partido Socialista já não tem de ceder a golpes de chantagem da esquerda, nem tem de ser cauteloso para não desagradar a putativos parceiros e agentes de viabilização do governo, talvez António Costa possa reconhecer o mérito da solução apresentada pelo PSD para contornar a incapacidade de resposta do sistema de saúde…
Como pode o governo justificar que não recebe o Chega, a terceira força politica com assento parlamentar, que representa a vontade de mais de 385 mil portugueses? Legalmente, pode argumentar que nada obriga o governo a receber qualquer partido. Logo, nada o obriga a receber o Chega. Mas democraticamente, não. Porque o Chega é, até…
Mais do que um líder, o que o PSD precisa, no imediato, é de um capitão que não se coíba de abraçar como causa maior (apenas) levar o barco a bom porto. Que não esteja limitado na ação pela ambição pessoal de comandar, no futuro, o país. Precisamos de alguém que tenha como desiderato único…
Ainda não temos o país que queremos mas, segundo Costa, estamos mesmo quase lá… no pelotão da frente dos países da Europa. Já lá estamos em algumas rubricas relevantes: nos preços dos combustíveis e da energia, na desigualdade na distribuição de rendimento, no número de pessoas em situação de pobreza e exclusão social (dois em…
É mais do que percetível o desdém que Ricardo Araújo Pereira tem pelo Chega, ainda mais evidente o desapreço por André Ventura. Faz questão de não o esconder, sempre que é convidado a opinar ou faz comentário político em jeito de rábula humorística. E, tratando-se de formatos de entretenimento e não de informação, como é…
Efetivamente, a maioria dos debates foi uma caça ao page view, ao like automático e à partilha por impulso, recheados de hostilidade e polarização, muitas vezes forçada. Foi feita a apologia do estereótipo, o culto do antagonismo e seguiu-se a linha fácil e levezinha do entretenimento. “A política pode dar share”. Foi a grande máxima.…
“2022 tem de ser o ano de virar a página”. A frase é do Presidente da República, na tradicional mensagem de Ano Novo. Marcelo Rebelo de Sousa deixa várias mensagens explícitas e outras tantas nas entrelinhas. Para bom entendedor, meia palavra basta.
António Costa tinha prometido aos lisboetas, em 2013, que se ganhasse as eleições para a Câmara Municipal de Lisboa cumpriria o mandato até ao fim. Em 2015, contudo, viu-se forçado a quebrar a promessa (um azar!) para salvar o PS de vitórias poucochinhas, e protagonizou um assalto ao poder que derrubou o então líder, António…
Enquanto seguimos desvairados, ansiosos e mergulhados nos preparativos da consoada – as prendas de última hora, as iguarias para a ceia, o bacalhau a dez euros o quilo -, pouco tempo dedicamos a pensar no quão afortunados somos. “Nem sempre sabemos a sorte que temos”, bem lembra a Santa Casa.
Sou mãe de um rapaz de 11 anos, que está na iminência de ser contemplado para a vacinação contra a Covid-19. Vivo, neste momento, o dilema que acredito que inquiete muitos outros pais: vacinar ou não vacinar?