Momento quebra longo silêncio de Montenegro desde que ganhou as eleições. Executivo tem até dia 10 para apresentar programa.
Um dos Governos mais secretos de sempre trouxe nomes previsíveis e outros nem tanto. Há quatro independentes, quatro deputados europeus e muitos ex-governantes. A política tem o papel principal.
Dez homens e sete mulheres, 12 do PSD,um do CDS e quatro independentes; são também quatro os que trocam Bruxelas por Lisboa.
É “um dos governos mais à direita de sempre”, diz Fabian Figueiredo, líder parlamentar do Bloco de Esquerda.
“Luís Montenegro optou por fazer um Governo composto por figuras da cúpula do PSD e figuras do seu círculo político de proximidade, o que mostra uma insuficiente capacidade de ir à sociedade civil buscar personalidades independentes”, afirmou André Ventura.
Programa de Governo será apresentado no dia 10 de abril, anunciou Aguiar-Branco.
Informação avançada pelos dois partidos em comunicado assinado por Montenegro e Rui Rocha.
O Chega tem vindo a apelar para que seja aproveitada a larga maioria de Direita saída destas eleições para levar a cabo as reformas de que toda a gente fala
Os três deputados eleitos na Madeira fizeram a diferença e deram a vitória à AD. Agora, vão puxar dos galões para obter ganhos para a região e, se for preciso, ameaçam votar contra o OE.
“Desejo-lhe todo o sucesso como primeiro-ministro de Portugal. Isto beneficiará a Europa como um todo”, disse Von der Leyen.
AD soma 80 mandatos e PS fica agora com 78. Chega, que elegeu dois dos quatro deputados dos círculos da emigração, consolida-se como terceiro partido com 50 deputados.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convidou o líder da Aliança Democrática a formar Governo, depois de confirmados os resultados eleitorais dos círculos de emigração.
“Em face dos resultados eleitorais, é minha expectativa ser indigitado primeiro-ministro”, afirmou o líder do Partido Social Democrata (PSD).
O novo Governo tem poucos meses para mostrar o que vale. Medidas concretas nas áreas mais críticas, que dificilmente terão oposição, serão já postas em prática.
Montenegro começou a trabalhar num Governo diferente do que tinha imaginado. Agora, é preciso formar uma equipa capaz de ultrapassar o rubicão. E o primeiro teste é não partilhar as suas escolhas antes de falar com Marcelo.
Questionado sobre o Chega, Montenegro disse: “nunca faria tamanha maldade de incumprir o meu compromisso”.
Da esquerda à direita, na reta final da campanha, já se vão tirando conclusões. AD aposta na vitória, PS teme derrota pesada e já se fala na substituição de Pedro Nuno Santos.
Em entrevista, o autor do livro ‘Na cabeça de Montenegro’ admite que o presidente do PSD “era encarado como um líder a prazo”. A queda do Governo e as eleições antecipadas trocaram-lhe as voltas e moldou-se aos novos tempos para ser visto “não como um líder da oposição, mas como candidato a primeiro-ministro”.