Novo Governo liderado por Montenegro toma hoje posse

Momento quebra longo silêncio de Montenegro desde que ganhou as eleições. Executivo tem até dia 10 para apresentar programa.

O novo Executivo escolhido por Luís Montenegro vai tomar posse esta terça-feira. A cerimónia vai decorrer no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, marcando o fim de um ciclo de silêncio por parte de Montenegro que desde a noite eleitoral pouco ou nada tem falado. Três dias depois, será a vez dos novos secretários de Estado, cuja lista não foi ainda divulgada.

Luís Montenegro apenas falou no final das duas audiências que teve em Belém nos dias 20 e 21 de março, mas sem responder a perguntas sobre os desafios de governar com uma curta maioria parlamentar (80 deputados PSD/CDS contra 78 do PS e com uma bancada de 50 parlamentares do Chega).

Outro momento foi em Bruxelas, já como primeiro-ministro indigitado, afirmando à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, de que “não há nenhuma razão para colocar em causa a estabilidade do país” ou “a estabilidade de uma solução de Governo, que, embora não disponha de maioria absoluta na Assembleia da República, dispõe da confiança dos eleitores”. E, nessa altura, prometeu rapidez na execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para “recuperar atrasos”, críticas que foram desmentidas pelo Governo de António Costa.

Após a tomada de posse, o novo Executivo tem até ao próximo dia 10 para apresentar o programa do Governo que terá de ser apresentado na Assembleia da República e, tendo em conta o que aconteceu na escolha do presidente da Assembleia da República, é de prever que exija verdadeiras manobras políticas.

Recorde-se que o programa da AD – prioridades que foram repetidas na noite eleitoral – previa “diminuir a carga fiscal” e colocar a economia portuguesa a “crescer mais”; “implementar um programa de emergência na área da saúde nos primeiros 60 dias do Governo”; “dar estabilidade à escola pública”, com “mais exigência e qualidade”; travar o aumento de preços na habitação e melhorar o acesso com “mais oferta, do lado público e do lado privado”; “dar às forças de segurança melhores condições de trabalho e de remuneração”, defendendo que “é possível mudar o sistema de justiça e combater de forma mais eficaz a corrupção.