A última edição da maior feira mundial de tecnologia, o Consumer Electronic Show (CES) em Las Vegas, foi prova deste dinamismo. Cerca de 150 mil pessoas passaram pelo evento, que reuniu novidades de 3.200 empresas. No total foram apresentados cerca de 20 mil produtos, com as mais variadas funções.
Alguns exemplos: a pulseira Nabu, da Razer, que regista informações biométricas do utilizador e recebe notificações do smartphone (chamadas recebidas, e sms, por exemplo). Com funcionalidades idênticas, mas sem ecrã, surgiu a pulseira Core da Sony, onde também são registados os dados do consumidor, bem como os seus hábitos (música e redes sociais).
A DLink surgiu com a EyeOn Baby Cam, uma câmara com visão nocturna e wifi. A ZTE optou por lançar um smartphone personalizado, o Eco-Mobius, em que se pode escolher o processador, a memória, a câmara e até o tamanho do ecrã.
Mas há mercado para todas estas inovações? Gabriel Coimbra, responsável pelas operações da consultora IDC em Portugal, mostra-se conservador: «O CES Las Vegas é uma montra de mais de 20 mil produtos, muito dos quais (a maioria) de facto não terão sucesso comercial», admite.
Para este responsável, muitas inovações vistas em Las Vegas «poderão ser substituídas por aplicações em smartphones». Apesar de muitos produtos não conseguirem passar o teste comercial, algumas inovações têm potencial, sobretudo se merecerem a atenção dos operadores de telecomunicações.
«Muitos são a base para aquilo que acreditamos ser o conceito da internet of things, o que na perspectiva da IDC representará mais de 30 mil milhões de equipamentos ligados em rede em 2020», explica o responsável, avançando ainda que este será «um ecossistema que criará muitos desafios mas também muitas oportunidades para os operadores».
As operadoras não descartam estas oportunidades. Miguel Caridade, gestor da Vodafone Portugal, garante que a multinacional está «a par das novidades apresentadas nas principais feiras de tecnologia a nível internacional» e avança que a empresa é «parceira da generalidade dos fabricantes de equipamentos de telecomunicações, o que lhe permite acompanhar de perto as grandes tendências tecnológicas».
O objectivo da Vodafone é possibilitar aos clientes «o acesso a produtos e serviços inovadores em primeira mão».
Este casamento entre inovações e operadoras pode vir a aumentar as vendas, antecipa Gabriel Coimbra: «As previsões da IDC apontam para um crescimento a dois dígitos para a venda de smartphones e tablets durante os próximos anos em Portugal e em todo o mundo».