Costa quer partir para um Congresso de revisão dos estatutos, uma vez que a hipótese de Congresso electivo está praticamente fora de jogo, enquanto Seguro pretende chumbar esta proposta dos costistas, numa demonstração de força na Comissão Nacional, que se realiza hoje em Ermesinde.
A primeira proposta de António Costa foi a de ser votada a possibilidade de um Congresso extraordinário antecedido de directas, mas a Comissão de Jurisdição Nacional deu um parecer negativo a essa possibilidade. Por isso, os costistas mudaram de estratégia e vão propor um Congresso para rever os estatutos do partido.
A ideia dos seguristas é aceitar votar a proposta de realização deste Congresso e chumbá-lo. Deste modo, a questão ficaria resolvida e Seguro escapava à pressão das Federações onde Costa soma cada vez mais apoios.
Costa e Seguro, à entrada da Comissão Nacional, trocaram acusações, ambos referindo-se aos estatutos do PS. O presidente da câmara de Lisboa atacou a “postura nervosa” dos que querem bloquear as directas “barricando-se em questões estatutárias”. Já o líder do PS remeteu para as primárias como o único processo de decisão válido. “As eleições estão marcadas, espero que acabem as manobras estatutárias”, afirmou aos jornalistas.
António Costa revelou que iria apresentar “uma proposta que acomoda o parecer”, ou seja que ultrapassa a proibição do congresso electivo. A dúvida é se a presidente do partido, Maria de Belém, autorizará esse novo ponto na ordem de trabalhos.
Jorge Lacão, apoiante de Costa, espera que isso seja possível. “Estanto a questão colocada não me passa pela cabeça que não se resolva aqui”, afirmou ao SOL.
À chegada de Antóno José Seguro, algumas dezenas de apoiantes rodearam o líder do PS numa manifestação de apoio. “Tenho o povo comigo”, declarou Seguro.