Em declarações, Manuel Alegre disse ter tomado conhecimento de que foram expulsos do PS os investigadores universitários Pedro Bingre e Elísio Estanque, e o antigo presidente do União de Coimbra Júlio Ramos – um dia depois de a ex-coordenadora da secção da Sé Nova do PS/Coimbra Cristina Martins também ter sido expulsa deste partido.
Nas últimas eleições autárquicas, Pedro Bingre, Elísio Estaque e Júlio Ramos apoiaram um movimento independente que concorreu à Câmara Municipal de Coimbra.
"Elísio Estaque e Pedro Bingre são dois dos mais ilustres intelectuais de Coimbra e do país e Júlio Ramos é uma grande figura da cidade. Em 2006, candidatei-me à Presidência da República apoiado pelo Movimento de Intervenção e Cidadania (MIC), do qual sou presidente do Conselho de Fundadores, e contra o candidato oficial do PS, mas não fui expulso do PS", observou o ex-candidato presidencial.
Segundo Manuel Alegre, as mais recentes três expulsões no PS de Coimbra motivam um sentimento de repúdio e um apelo dirigido ao secretário-geral, António José Seguro, e a todos os dirigentes "históricos" deste partido.
"Apetece-me pedir para que me expulsem também a mim, porque não me sinto bem num partido regido por métodos inquisitoriais e estalinistas, que põem em causa a sua natureza de partido da liberdade. Faço um apelo ao secretário-geral do PS e a todos os dirigentes históricos do PS para que actuem no sentido de pôr fim a este delírio persecutório, que não é tradição do PS", acentuou o membro do Conselho de Estado.
Ainda de acordo com Manuel Alegre, "não faz sentido que, num momento em que o PS prepara eleições primárias" abertas a simpatizantes, tendo em vista a escolha do seu candidato a primeiro-ministro, "estejam a ser tomadas atitudes contraditórias com este sinal de abertura à sociedade".
Lusa/SOL