Segundo o SOL apurou, Passos Coelho dirá que, após o encerramento do programa da troika, não é só a economia (PIB, desemprego, exportações) que regista melhoras. A maneira como foi resolvido o ‘caso BES’ mostra que «houve uma mudança profunda na sociedade portuguesa e na Europa», refere uma fonte próxima do líder social-democrata.
O líder laranja dará assim o mote para o trabalho a que os dirigentes nacionais do PSD darão seguimento em Setembro. No seu argumentário deverão constar os dados recentes sobre a queda do desemprego para 13,9% no segundo trimestre deste ano, o aumento de 8,8% nas exportações e o aumento do volume de negócios da indústria em 4%, recuperando da queda de 5,8% do mês anterior.
Desta forma, o PSD mostra-se também mais apostado em falar para o país e deixar o PS ‘às turras’ na luta interna travada pelo seu líder, António José Seguro, e pelo presidente da Câmara de Lisboa, António Costa. Os dois partidos da maioria de Governo, PSD e CDS, vão dar ‘tréguas’ ao PS durante o mês de Agosto, sendo que apenas estão destacados alguns dirigentes dos dois partidos para reagir aos ataques lançados à maioria por Seguro e Costa.
Reacção ao Constitucional
As decisões do Tribunal Constitucional (TC) sobre a Taxa de Sustentabilidade e sobre a reposição dos cortes nos salários da função pública também serão tema da intervenção do líder do PSD. Em caso de decisões favoráveis, amanhã, o discurso de esperança de Passos ganhará mais força. Mas o líder do PSD acomodará possíveis ‘chumbos’ com a mensagem de que o futuro do país não ficará em causa por causa disso.
Antes de Passos Coelho falar, o vice-presidente Marco António Costa fará uma intervenção, podendo ficar a seu cargo a missão de lançar algumas farpas à oposição.
Para Setembro, a direcção do PSD está a preparar uma série de iniciativas, a realizar todos os fins-de-semana com vários vice-presidentes e dirigentes nacionais em vários pontos do país. O objectivo é marcar o arranque de um novo ciclo político, com uma mensagem de esperança aos militantes e cidadãos, e procurar uma relação ‘causa-efeito’ entre o estado em que o país estava quando o PSD chegou ao Governo, os sacrifícios que foram necessários e os resultados que agora começam a surgir.
Antes ainda, o próximo palco dos sociais-democratas será a Universidade de Verão, em Castelo de Vide, que decorre entre 1 e 7 de Setembro. O discurso de abertura dos trabalhos estará a cargo de Marco António Costa e caberá a Passos Coelho a intervenção de encerramento, dirigida aos militantes e ao país, no dia 7.
Rui Tavares, líder do partido Livre, vai defrontar o ministro Miguel Poiares Maduro, no dia 2, num debate sobre o sentido da fronteira entre a esquerda e a direita em Portugal. Entre os ‘professores’ da Universidade da JSD vai estar também o socialista António Vitorino, bem como os ministros Maria Luís Albuquerque e Jorge Moreira da Silva, e o ex-líder Marcelo Rebelo de Sousa.