Seguro não espera surpresas do “Governo dos rectificativos”

O secretário-geral do PS, António José Seguro, disse hoje não esperar surpresas no Orçamento Rectificativo que será conhecido na quinta-feira, criticando o “Governo dos rectificativos” e a sua estratégia orçamental.

Seguro não espera surpresas do “Governo dos rectificativos”

"Com este Governo, todo o cuidado é pouco. Só depois de conhecermos em detalhe é que nós podemos ter uma apreciação definitiva. Sendo certo que não vai haver surpresas: a estratégia orçamental do Governo é uma estratégia de empobrecimento do país", declarou Seguro.

O socialista falava aos jornalistas à margem de uma visita à companhia de processamento de tomate FIT (Fomento da Indústria de Tomate) em Palmela, distrito de Setúbal.

Na ocasião, o líder do PS disse não esperar do rectificativo "nenhuma surpresa diferente das más surpresas que o Governo tem apresentado em termos de estratégia orçamental", insistindo na necessidade de mudar de rumo.

"Aquilo que me parece fundamental é que o nosso país, em vez de insistir, como o Governo pretende, numa estratégia de empobrecimento, isto é, de cortes ou de aumento de impostos, deve fazer o contrário: rigor e disciplina orçamental e simultaneamente criar condições para que a economia gere riqueza que há de ser necessária, entre outras coisas, para contribuir para uma boa sustentabilidade das contas públicas", sublinhou.

O Governo aprovou na terça-feira em Conselho de Ministros extraordinário o segundo orçamento rectificativo para este ano, sem "qualquer alteração de natureza fiscal".

O Orçamento Rectificativo será remetido à Assembleia da República na quinta-feira e será apresentado à comunicação social nesse dia, indica o Governo.

Passos Coelho já tinha recusado um aumento de impostos no orçamento rectificativo, considerando que o défice de 4% definido para este ano é alcançável e que bastam "alguns ajustamentos" dentro do orçamento, nomeadamente do lado da despesa.

Na visita de hoje à unidade de tomate em Palmela, António José Seguro assinalou que tem dado atenção particular esta semana ao sector da agricultura, um dos que faz parte do plano de reindustrialização que apresenta ao país.

"Como é sabido, Portugal só tem futuro se tiver crescimento económico. E para isso precisa de ter um motor forte, e esse motor forte tem de ser a indústria", advogou, antes de elencar detalhes no que ao tomate diz respeito, em concreto os números de exportação do produto.

Na visita de cerca de hora e meia à FIT, Seguro teve oportunidade de conhecer as instalações e também provar algumas especialidades com tomate, casos de uma cerveja com tomate ou um sumo de tomate.

Lusa/SOL