Caso Tecnoforma arquivado

O inquérito aberto na sequência de uma denúncia anónima sobre alegados pagamentos irregulares a Pedro Passos Coelho foi arquivado. A Procuradoria-Geral da República (PGR) decidiu que não podia investigar crimes que já prescreveram.

Caso Tecnoforma arquivado

Numa nota enviada às redacções, o gabinete de Joana Marques Vidal esclarece que a denúncia chegou ao Ministério Público em Junho deste ano e acrescenta um dado novo: foi aberto um inquérito autónomo para apurar os factos denunciados.

“Esta  denúncia  foi,  desde  logo,  remetida  ao  DCIAP,  tendo,  num  primeiro  momento,  sido junta ao inquérito que tem por objecto a investigação da actividade da Tecnoforma”, lê-se no comunicado, que adianta que “após a análise da denúncia, foi decidido autuar a mesma como inquérito autónomo”.

A PGR avança ainda outro elemento que se desconhecia. Ao contrário do que tem vindo a ser noticiado, segundo a denúncia, Passos teria recebido dinheiro da Tecnoforma entre 1997 e 2001. E não entre 1995 e 1999 – ano em que o agora primeiro-ministro cessou funções como deputado.

Joana Marques Vidal esclarece que não pode investigar eventuais ilícitos que já estarão prescritos, pelo que a Procuradoria não vai emitir o esclarecimento que tinha sido pedido por Pedro Passos Coelho e em relação ao qual o primeiro-ministro prometeu retirar “consequências políticas” caso se viesse a verificar alguma irregularidade, independentemente da sua prescrição.

“ Com  efeito,  verificando-se  a  extinção  da  hipotética  responsabilidade  criminal  por  via  da prescrição,  está  legalmente  vedado  ao  Ministério  Público  proceder  a  investigação  com  a finalidade  de  tomar  conhecimento  sobre  a  veracidade  ou  não  dos  factos  constantes  da denúncia”, lê-se na nota da PGR.

margarida.davim@sol.pt