Seguristas resistem a Beleza

Há uma pergunta que atravessa os apoiantes de Seguro desde que Álvaro Beleza obteve um acordo para que aquele sector fique representado (com um terço dos lugares) nos órgãos de direcção do novo PS: irá António Costa cumprir de boa fé o acordo?

Seguristas resistem a Beleza

Os cépticos – entre os quais se encontram  vários membros do Secretariado, ou seja no próprio núcleo duro do líder que perdeu as eleições primárias – duvidam de Costa. E muitos também colocam em causa o protagonismo de Beleza. “Quem o escolheu?”, é uma pergunta repetida. O próprio Seguro só ratificou, a posteriori, o papel de Beleza nas negociações.

A ala de resistência a Beleza atravessa distritais – tendo José Luís Carneiro, o líder da federação do Porto no centro. Há quem pressione para ter um papel activo na escolha dos dirigentes que integrarão as listas à Comissão Nacional e Comissão Política Nacional – os dois órgãos que serão eleitos no Congresso e onde se espera que esteja um terço de apoiantes de Seguro. E quem tenha medo de ficar para trás.

Na semana passada, Beleza continuou a tentar acalmar as distritais, em reuniões pelo país e num jantar, antes da Comissão Nacional de terça-feira. Os ânimos apesar de exaltados “estão mais calmos”, dizem socialistas ouvidos pelo SOL.

Ainda assim, os cépticos, representados no grupo parlamentar, dizem que “o acordo já está a correr mal” por causa da escolha dos vice-presidentes da bancada. Os quatro vices (um terço) apoiantes de Seguro, são vistos como “cristãos-novos” e como 'segundas linhas'. E Beleza não foi tido na escolha, critica-se. 

Na semana passada, a distribuição de pelouros pelas vice-presidências não acalmou a polémica. Mota Andrade, Jorge Fão, Pita Ameixa e João Paulo Correia ficam fora das áreas económicas e afastados dos lugares-tenente de Ferro Rodrigues. 

Outra escolha da semana, a da Comissão Organizadora do Congresso (COC), levantou mais reservas. Sónia Sanfona é a única representante desta ala, e a COC é presidida por Joaquim Raposo – considerado um 'trânsfuga' do segurismo. 

manuel.a.magalhaes@sol.pt

margarida.davim@sol.pt