Os cépticos – entre os quais se encontram vários membros do Secretariado, ou seja no próprio núcleo duro do líder que perdeu as eleições primárias – duvidam de Costa. E muitos também colocam em causa o protagonismo de Beleza. “Quem o escolheu?”, é uma pergunta repetida. O próprio Seguro só ratificou, a posteriori, o papel de Beleza nas negociações.
A ala de resistência a Beleza atravessa distritais – tendo José Luís Carneiro, o líder da federação do Porto no centro. Há quem pressione para ter um papel activo na escolha dos dirigentes que integrarão as listas à Comissão Nacional e Comissão Política Nacional – os dois órgãos que serão eleitos no Congresso e onde se espera que esteja um terço de apoiantes de Seguro. E quem tenha medo de ficar para trás.
Na semana passada, Beleza continuou a tentar acalmar as distritais, em reuniões pelo país e num jantar, antes da Comissão Nacional de terça-feira. Os ânimos apesar de exaltados “estão mais calmos”, dizem socialistas ouvidos pelo SOL.
Ainda assim, os cépticos, representados no grupo parlamentar, dizem que “o acordo já está a correr mal” por causa da escolha dos vice-presidentes da bancada. Os quatro vices (um terço) apoiantes de Seguro, são vistos como “cristãos-novos” e como 'segundas linhas'. E Beleza não foi tido na escolha, critica-se.
Na semana passada, a distribuição de pelouros pelas vice-presidências não acalmou a polémica. Mota Andrade, Jorge Fão, Pita Ameixa e João Paulo Correia ficam fora das áreas económicas e afastados dos lugares-tenente de Ferro Rodrigues.
Outra escolha da semana, a da Comissão Organizadora do Congresso (COC), levantou mais reservas. Sónia Sanfona é a única representante desta ala, e a COC é presidida por Joaquim Raposo – considerado um 'trânsfuga' do segurismo.