De um lado e do outro, evita-se falar sobre o assunto, remetendo a discussão para o primeiro trimestre do próximo ano.
As jornadas parlamentares conjuntas iniciaram-se hoje e decorrem até amanhã sob o lema ‘Portugal – Crescer com Responsabilidade’, contando com a participação de todos dos ministros e do primeiro-ministro e do vice-primeiro-ministro. E é certo que qualquer matéria sobre um novo acordo entre PSD e CDS para as legislativas do próximo ano vai ficar de fora da agenda. Aliás, segundo noticia hoje o DN, Passos Coelho terá mesmo dado indicações expressas aos seus dirigentes para não se pronunciarem sobre o tema.
As opiniões dividem-se, de resto, sobre o caminho a seguir. Em ambos os partidos há quem ache suicida não ir em conjunto às legislativas de 2015 e quem defenda que a coligação começa a ser difícil.
Depois de apresentado o Orçamento do Estado, ficou impossível de disfarçar um mal-estar cada vez mais evidente na coligação. A demarcação do CDS em relação à fórmula encontrada para devolver parte da sobretaxa do IRS atingiu um novo ponto com Paulo Portas a assumir que essa não teria sido a sua solução. “Se preferia a redução da sobretaxa em um por cento no próximo ano? Preferia”, admitiu o líder do CDS, deixando evidente a discordância que até agora era publicamente desvalorizada pelos centristas.
Zangas em público
“Vivem juntos há três anos, mas andam zangados em público. E depois vão à igreja ou à conservatória casar?”, ironizava nesta semana Santana Lopes, no seu espaço de comentário na CM TV, sublinhando ser cada vez mais evidente que os dois partidos não se dão. “E, se se dão mal, mais vale cada um ver se consegue viver sozinho”, aconselhava o ex-líder do PSD, que não acha oportuno falar já numa renovação do acordo. “Acho um erro falar-se em coligação tão cedo. É enfraquecedor”, defende, apontado Abril ou Maio como o momento certo.
Aliás, Santana acha errado que o mote para a coligação seja vencer António Costa “nem que seja por um ponto” em vez de o acordo ser feito “para conseguir uma maioria absoluta”.