“Se o Governo gosta tanto de atacar o PS que vá para a oposição”

O candidato a secretário-geral do PS, António Costa, acusou hoje o Governo de se concentrar a atacar o Partido Socialista e a fazer oposição à oposição, afirmando que está na hora de mudar de lugar.

“Se o Governo gosta tanto de atacar o PS que vá para a oposição”

António Costa começou e concluiu o discurso numa sessão com militantes, em Bragança, para apresentar a agenda para a década, referindo-se a intervenções do Governo contra o Partido Socialista (PS).

"Não é por acaso que, nas últimas semanas, a propósito ou a despropósito, cada membro do Governo que fala é para bater e atacar o Partido Socialista e o que eu acho extraordinário é que com tantos problemas que existem em Portugal, com tantos problemas que os portugueses têm, o Governo em vez de se concentrar a fazer o que devia, que é governar e resolver os problemas do país, se concentre a atacar o Partido Socialista e a fazer oposição à oposição", declarou.

Para o candidato socialista a primeiro-ministro, "dá vontade de dizer que, se de facto estão com tantas saudades de serem oposição e já estão tão cansados de serem Governo, então vão mesmo para a oposição".

"Os portugueses também já estão muito cansados de eles serem Governo e está na hora de mudar o Governo em Portugal", afirmou.

António Costa insistiu que o actual Governo PSD/CDS-PP "fracassou nos seus objectivos, está esgotado nas suas soluções e que é incapaz de assegurar os mínimos da governação do país".

"Temos de dizer ao Governo: 'Nós estamos muito honrados pela atenção que nos têm dedicado, mas aquilo que lhes compete fazer é governar e não oposição à oposição e se querem tanto ir para a oposição então vão, porque os portugueses de facto também já estão cansados que eles sejam Governo e também gostariam de os ver na oposição'", reiterou.

O candidato a secretário-geral do PS não respondeu a perguntas dos jornalistas.

Costa resumiu aos militantes e simpatizantes presentes no auditório Paulo Quintela, em Bragança, as orientações da Agenda para a Década, destacando as medidas destinadas a territórios do interior do país, como Bragança.

"As regiões de fronteira não podem continuar a ser vistas como as traseiras do litoral", afirmou, prometendo uma estratégia para "reforçar as regiões de fronteira como grande plataforma para Portugal crescer no mercado ibérico".

António Costa disse que pretende envolver todos na discussão da agenda que propõe para a década 2015/2024, num processo que deve terminar "na primavera do próximo ano com a convenção nacional para aprovar o programa de governo para a próxima legislatura" que o PS pretende apresentar aos portugueses.

Lusa/SOL