O assunto estará a ser tratado ao nível mais elevado do Executivo – ou seja, Passos Coelho, Paulo Portas e Maria Luís Albuquerque. A par, naturalmente, do Ministério de Pires de Lima.
O CDS, que já veio pedir uma privatização “cuidadosa” da TAP, chegou a defender a alienação de apenas 49% da empresa portuguesa por forma a assegurar que o Estado mantinha na sua posse a maioria do capital. Actualmente já admite privatizar dois terços, ou seja, 66%. Um dos argumentos a que os centristas terão recorrido para rejeitar a privatização da 100% é o de que a primeira tentativa falhada da venda da empresa de aviação, em 2012, ao milionário colombiano-brasileiro Germán Efromovich demonstrou que essa não deve ser a estratégia a seguir agora.
Fonte do Ministério da Economia admite que esta questão está a causar divisões no Governo, mas rejeita que estas se coloquem ao nível partidário. A mesma fonte acrescenta ao SOL que esta é uma matéria que “exige muita ponderação antes de ir a Conselho de Ministros”. E aponta o final de Novembro como o timing para haver uma decisão sobre o assunto mas não excluindo que a decisão possa ser a de não privatização. Este é considerado, porém, um cenário pouco provável já que pode pôr em causa a viabilidade da transportadora aérea. Mas a verdade é que têm sido várias as vozes do Governo a defender que a privatização da TAP “não pode ser feita a qualquer custo”.
Pires de Lima já afirmou que “seria vantajoso” conseguir “privatizar a TAP nesta legislatura” e que veria isso como “uma vitória”, salvaguardando que o Governo só avançará “se se criarem as condições para relançar o processo de forma a ser bem-sucedido”, e desde que sejam “cumpridos os objectivos estratégicos para a TAP”.
Entre os potenciais interessados na empresa está o consórcio formado pelo português Miguel Pais do Amaral, pelo ex-dono e presidente da Continental Airlines, Frank Lorenzo, e o grupo nacional Barraqueiro; a Globalia, através da Air Europa; a companhia brasileira Azul; e o eterno candidato Gérman Efromovich. E ainda na semana passada, o ministro Pires de Lima durante a sua deslocação oficial ao México admitia que “tem havido interesse crescente de empresas mexicanas na possível privatização da TAP”.