Esta reunião não se insere, assim, no âmbito da ronda de audições que Cavaco Silva irá realizar junto de todos os partidos que elegeram deputados para a Assembleia da República no passado dia 4. Ou seja, posteriormente e quando der início a essa etapa, o Presidente irá ouvir novamente o PS e chamara também o PCP, o BE e o PAN.
Presidente sem pressa
Na Presidência da República não há nenhum timing estipulado para nomear um novo governo, nem tão pouco qualquer urgência para que o processo esteja concluído.
Tal como Cavaco sublinhou na comunicação que dirigiu ao país, dois dias depois das eleições, “agora é o tempo do diálogo” e não será o Presidente a substituir os partidos no trabalho de constituição do novo governo. Por outras palavras, a bola está do lado dos líderes partidários.
Em Belém recorda-se que não só na Alemanha mas também em vários outros países o processo de formação do governo demorou largas semanas.
Recorde-se que em 2009 o Presidente deu posse ao governo minoritário de José Sócrates ao 28 dias após as eleições e, em 2011, Cavaco nomeou o governo de coligação de Passos Coelho com Paulo Portas 16 dias depois da realização das eleições.
Em ambos os casos, o PR chamou o líder do partido mais votado dois ou três dias depois da data em que se realizaram as eleições, incumbindo-os de iniciarem diligências com vista à formação do governo. E só passada cerca de uma semana deu início à ronda de audições com os líderes de todos os partidos com deputados eleitos.
Concluída essa fase das conversações, Cavaco Silva indigitou o novo primeiro-ministro, tendo nomeado o novo governo somente após a publicação dos resultados eleitorais, como é exigido na Constituição.