“É impensável porque inviável ficar um governo de gestão”, avisa o histórico centrista, lembrando as dificuldades que Passos Coelho terá em ter uma solução estável, dado o quadro parlamentar.
Adriano Moreira recorda que Pedro Passos Coelho ainda não foi empossado pelo Presidente da República e que “a probabilidade de não conseguir formar governo é muito grande”.
Sem uma solução estável oferecida pela PàF, a força que teve mais votos nas eleições, “vem a alternativa da esquerda”.
E Moreira não põe em causa a sua legitimidade constitucional. “ Devo dizer-lhe que é tão legítima uma coisa como a outra”, afirmou à Antena 1.
“Mesmo que a Constituição tenha limitações, é altura de as colmatar com sabedoria política!”, avisa o professor emérito da Universidade de Lisboa.
Adriano Moreira diz que o problema não será, portanto, de falta de legitimidade, mas de autencidade e será sempre preciso ter em conta fatores externos nas soluções de governação.
“Porque é necessário avaliar a Teoria do Risco porque Portugal depende de muitos factores que não domina”, alerta.
Moreira não defende uma solução de esquerda, mas acredita que essa pode ser a única forma para não deixar o país com um governo de gestão e explica que cabe a esse governo de Costa credibilizar-se porque “o que vigora até lá é o princípio da incerteza”.