"É inaceitável que na sua intervenção o Presidente da República manifeste maior preocupação com os mercados e menos comprometido com os seus deveres constitucionais, com a salvaguarda do interesse nacional e a defesa do interesse do país", afirmou Edgar Silva.
O candidato comunista, que falava esta noite à agência Lusa à entrada para um jantar com jovens militantes, em Lisboa, comentava desta forma o discurso de quinta-feira de Cavaco Silva, onde justificou a indigitação de Pedro Passos Coelho para o cargo de primeiro-ministro.
Uma escolha que, no entender de Edgar Silva constituiu um "abuso de poder" por parte de Cavaco Silva por ir contra "a vontade do Parlamento".
"Trata-se de uma imposição forçosa de soluções de governo que não têm base parlamentar e que distorce o sentido de decisão de um órgão de soberania que é a Assembleia da República", afirmou.
Nesse sentido, e sem referir diretamente se indigitaria António Costa como primeiro-ministro, se fosse Presidente da República, Edgar Silva não tem dúvidas que agiria num sentido oposto ao de Cavaco Silva.
"Se fosse Presidente da República ouviria os partidos com assento parlamentar e depois respeitaria aquelas que seriam as maiorias que os parlamentares achariam por bem garantir", atestou.
Edgar Silva acusou ainda Cavaco Silva de ter colocado no seu discurso uma marca "antidemocrática" ao aludir à "falta de legitimidade" de alguns partidos para fazerem parte de uma solução governativa.
Lusa/SOL