Cavaco indicou ou indigitou Costa?

Na nota oficial em que deu a conhecer a sua decisão sobre o impasse político instalado após a queda do Governo de Passos Coelho, o Presidente da República dava conta de que decidiu “indicar o Dr. António Costa para Primeiro-Ministro.” E muitos se interrogaram: Afinal indicou ou indigitou?

É que voltando ao dia 22 de outubro, quando fez uma comunicação ao país a anunciar a sua decisão após a leitura do resultado das eleições de 4 de outubro, as palavras escolhidas por Cavaco Silva foram outras: “Tendo ouvido os partidos representados na Assembleia da República indigitei hoje Pedro Passos Coelho líder do maior partido da coligação que venceu as eleições no dia 4 de outubro".

Mas a verdade é que na Constituição não está previsto nem um nem outro termo, pelo que ao que o SOL apurou o significado de ‘indicar’ ou ‘indigitar’ neste caso é exatamente o mesmo e resume-se a uma escolha de palavras por parte de Cavaco.

A Constituição apenas contempla a expressão nomeação, que se aplica ao momento de nomear um novo governo.
 

Tomada de posse ‘atrasada’ por análise detalhada dos novos ministros

A lista dos nomes que António Costa quer levar consigo para o XXI Governo já está nas mãos do Presidente. E o secretário-geral do PS deverá ser recebido amanhã, pelo terceiro dia consecutivo, no Palácio de Belém.

Mas ao que o SOL apurou, Cavaco ainda pretende analisar detalhadamente todas as propostas avançadas pelo secretário-geral do PS, pelo que a tomada de posse do governo socialista ainda não terá lugar amanhã e poderá realizar-se apenas na quinta ou na sexta-feira.

sofia.rainho@sol.pt