PSD desmonta argumentos de Centeno sobre défice

“Cumprimento o Governo, porque é um dia especial. O Governo de Costa reconheceu que a manutenção do controlo orçamental permite a Portugal chegar ao fim do ano com um défice de 3%”, comenta ao SOL o presidente da bancada parlamentar do PSD, Luís Montenegro, que desvaloriza as “medidas adicionais” hoje aprovadas em Conselho de Ministros.

“São peanuts, não são medidas”, reforça Montenegro, explicando que aquilo que foi anunciado pelo ministro das Finanças não tem qualquer verdadeiro impacto orçamental.

“Um embuste”, diz um ex-governante de Passos

“É um embuste e um insulto à inteligência dos portugueses”, reage um ex-governante que viu no Conselho de Ministros desta quinta-feira “um número” para tentar passar a ideia de que há necessidade de mais medidas “quando o que se está a dizer é que basta não fazer despesa para além daquela que já tínhamos previsto.

O antigo membro da equipa de Passos Coelho desmonta as medidas anunciada por Centeno para chegar à conclusão de que o que o anterior Governo tinha deixado “era o suficiente para conseguir um défice de 3%” sem necessidade de qualquer outra medida.

"O congelamento de processos pendentes de descativações e transições de saldo de gerência considerados não urgentes não vale nada. A cativação já é verba congelada. Não é nenhum corte de despesa”, explica a mesma fonte sobre a primeira medida anunciada por Mário Centeno.

“Uma redução dos fundos disponíveis das administrações públicas para 2015 em 46 milhões de euros significa apenas que reduzem os fundos que a lei dos compromissos obriga a que existam para aprovar despesa. Ou seja, é a mesma coisa que estar quieto e não gastar nada”, continua o antigo governante para quem a terceira medida decidida hoje em Conselho de Ministros também mais não é do que continuar o que Passos e Maria Luís Albuquerque estavam a fazer.

 “A não assunção de novos compromissos financeiros considerados não urgentes é exatamente o que estávamos a fazer. Não há corte nenhum”, sublinha a mesma fonte que vê “um padrão” nas intervenções dos ministros de António Costa, que considera estarem a criar “não factos para justificar a sua inação”.

margarida.davim@sol.pt