“São peanuts, não são medidas”, reforça Montenegro, explicando que aquilo que foi anunciado pelo ministro das Finanças não tem qualquer verdadeiro impacto orçamental.
“Um embuste”, diz um ex-governante de Passos
“É um embuste e um insulto à inteligência dos portugueses”, reage um ex-governante que viu no Conselho de Ministros desta quinta-feira “um número” para tentar passar a ideia de que há necessidade de mais medidas “quando o que se está a dizer é que basta não fazer despesa para além daquela que já tínhamos previsto.
O antigo membro da equipa de Passos Coelho desmonta as medidas anunciada por Centeno para chegar à conclusão de que o que o anterior Governo tinha deixado “era o suficiente para conseguir um défice de 3%” sem necessidade de qualquer outra medida.
"O congelamento de processos pendentes de descativações e transições de saldo de gerência considerados não urgentes não vale nada. A cativação já é verba congelada. Não é nenhum corte de despesa”, explica a mesma fonte sobre a primeira medida anunciada por Mário Centeno.
“Uma redução dos fundos disponíveis das administrações públicas para 2015 em 46 milhões de euros significa apenas que reduzem os fundos que a lei dos compromissos obriga a que existam para aprovar despesa. Ou seja, é a mesma coisa que estar quieto e não gastar nada”, continua o antigo governante para quem a terceira medida decidida hoje em Conselho de Ministros também mais não é do que continuar o que Passos e Maria Luís Albuquerque estavam a fazer.
“A não assunção de novos compromissos financeiros considerados não urgentes é exatamente o que estávamos a fazer. Não há corte nenhum”, sublinha a mesma fonte que vê “um padrão” nas intervenções dos ministros de António Costa, que considera estarem a criar “não factos para justificar a sua inação”.