César garante que Costa não quer controlar o Banco de Portugal

Apostado em evitar dar resposta às pressões que vêm da esquerda para uma posição mais dura face à Europa, Carlos César não quis deixar passar em branco os ataques da direita às críticas de António Costa ao governador do Banco de Portugal. O líder parlamentar do PS garante que o primeiro-ministro não quer controlar o…

"Nem o Governo nem o PS querem controlar o Banco de Portugal, como não quisemos controlar o Tribunal Constitucional ", afirmou César nas jornadas parlamentares do PS, que decorrem em Vila Real.

Para Carlos César, o que António Costa fez foi apenas reclamar uma solução célere para o problema dos lesados do BES. "Ao Governo e ao PS cabe o direito e o dever de pedir soluções mais rápidas. Apelar ao Banco de Portugal para uma solução mais rápida de um problema é normal e natural. O que não é natural nem normal foi tentar asfixiar e tentar afrontar o Tribunal Constitucional", atirou o presidente do PS.

"Já é tempo de falarmos melhor uns com os outros"

Lamentando o tom em que Passos Coelho e Luís Montenegro se dirigiram ao PS nas jornadas parlamentares sociais-democratas, César lançou um apelo ao PSD para que o maior partido da oposição "regresse à realidade política nacional sem o despeito, a depressão e o azedume" que, em seu entender, têm caracterizado a ação da oposição desde as legislativas.

"Já é tempo de falarmos mais e melhor uns com os outros", defendeu César, assegurando, porém que os socialistas não precisam "do apoio parlamentar do PSD ao Governo".

Ontem, Montenegro tinha acusado António Costa de se querer transformar no ‘dono disto tudo’. 

“Primeiro-ministro, ministro das Finanças, líder parlamentar do PS, [estão] todos a tocar a mesma música, todos a perder a vergonha e a querer trazer de volta a Portugal os temos de asfixia e da claustrofobia democrática”, afirmou o líder parlamentar social-democrata em Santarém, onde acusou Costa de querer mandar no Banco de Portugal. 

"É ilegítimo que o PS e o dr. António Costa queiram mandar no Banco de Portugal. Não se pode condicionar, interferir, [nem] querer, objetivamente, pressionar” o regulador, atacou Luís Montenegro.