Na leitura do PCP, a gota de água que levou à saída de Domingues pode ter sido a aprovação da proposta do PSD de alteração ao Orçamento do Estado que obriga a administração a apresentar declarações de rendimentos sob pena de pena de perda de direito a indemnização em caso de demissão.
Jorge Pires diz que essa proposta aprovada na sexta-feira com os votos do PSD, BE e CDS faz parte de uma "opção há muito tomada pelo PSD no sentido de abrir caminho à privatização".
O comunista diz que o PSD tem tentando "criar dificuldades" à administração da CGD e considera que a votação da passada sexta-feira pode ter sido determinante para este desfecho.
"Serviu como mais um argumento ", defendeu Jorge Pires.
Recorde-se que a alteração aprovada reforça as obrigações de transparência exigidas aos gestores da CGD e prevê que, caso não apresentem declarações de rendimentos no prazo de 60 dias após a sua tomada de posse, percam o direito à indemnização em caso de demissão.
O prazo de 60 dias já está esgotado, mas a alteração ao Orçamento só entra em vigor a 1 de janeiro de 2017.
De qualquer modo, o PCP defende que o mais importante é encontrar agora um sucessor que possa pôr em prática a recapitalização autorizada por Bruxelas.
"Na nossa opinião o que é preciso é pôr a Caixa a funcionar", afirmou Jorge Pires.