"O líder do PSD fez mudar a opinião do partido. Não acredito que o tenha feito só para contriar a posição do ex-governador da bancarrota da Câmara de Gaia. Fê-lo para contrariar o Governo", atacou César, numa alusão às declarações de Marco António Costa que começou por pedir um alargamento do desconto da TSU às IPSS e às Misericórdias.
"Este debate mostrou que é cada vez mais difícil mobilizar o PSD para um diálogo político que não seja fundado no oportunismo", criticou o líder da bancada socialista, que entende que o maior partido da oposição está a passar por "uma enorme crise de credibilidade".
"Com o PSD ou não se conta ou não se sabe para o que conta", lançou Carlos César, que acusa o PSD de não ter em conta o interesse nacional nas suas tomadas de posição.
"Às vezes parece que o PSD descuida a imagem externa do país na obsessão de atacar o Governo", defende o socialista.
César acha mesmo que a atitude de Pedro Passos Coelho é a prova de que "para o PSD a concertação social com um Governo do PS vale zero".
"A credibilidade na política é um valor essencial", concordou António Costa, que acha que "os políticos que reagem epidermicamente ou que dizem hoje o contrário do que disseram minam a credibilidade da política".
"O que é que explica esta cambalhota?", questionou Costa, que coincide na análise com Carlos César: "o ciúme".
Para Costa, a mudança de opinião dos sociais-democratas sobre a TSU reflete a forma como o PSD está a ser surpreendido pelos resultados do Governo, que hoje anunciou um défice de 2,3%, aumento do emprego, descida do desemprego e subida do investimento ao longo do ano de 2016.