PSD quer acelerar investigação ao caso das offshores

O PSD quer mostrar que não tem nada a temer no caso dos 10 mil milhões de euros que saíram do país para paraísos fiscais entre 2011 e 2014. Por isso, querem que Rocha Andrade e Paulo Núncio sejam ouvidos até ao final desta semana, mas vão entregar também hoje mais um requerimento para ouvir…

"Queremos que toda a verdade seja apurada. Não tememos nada", disse hoje Luís Montenegro à saída da reunião da bancada parlamentar do PSD.

"Hoje mesmo daremos entrada de outro requerimento para chamar os diretores da Autoridade Tributária e Aduaneira, que exerceram funções desde 2011, e também o inspetor-geral das Finanças para que todos possam ter os elementos necessários para compreender aquilo que se terá passado e que do nosso ponto de vista não tem intervenção direta dos membros do Governo", anunciou o líder parlamentar social-democrata, garantindo que nem Paulo Núncio nem Maria Luís Albuquerque poderão ser envolvidos neste caso.

"Não há nenhum indício de que haja aqui uma responsabilidade política, muito menos aquela que foi ontem aqui insinuada de forma soez e indigna pelo primeiro-ministro", garantiu Montenegro, que não poupou nas críticas a António Costa, mas também a Ferro Rodrigues cuja imparcialidade põe em causa.

Para o PSD, foi feita ontem no debate quinzenal "uma insinuação soez por parte do primeiro-ministro, indigna de um responsável governativo de que teria havido responsabilidade política do anterior Governo a propósito de uma eventual transferência de capital para offshores, em termos e numa circunstância que ninguém conhece".

"Estamos a assistir neste Parlamento a um regresso de um ambiente de claustrofobia democrática, na medida em que por uso e abuso do poder dos deputados que compõe esta maioria se estão a impedir o exercício de direitos que não são oponíveis sequer do ponto de vista legal", criticou, assegurando que o PSD não terá em relação ao caso dos offshores a atitude de "bloqueio" que a esquerda está a ter no caso dos SMS da CGD.

"Aquilo que está a acontecer na Comissão de Inquérito da CGD é preocupante, é escandaloso do ponto de vista democrático, porque são direitos que estão a ser coarctados no seu exercício quando a lei não permite que essa situação possa ocorrer", defendeu Luís Montenegro, que se junta ao CDS na leitura de que está a ser posto em causa o regular funcionamento do Parlamento e atacando Ferro.

"Assistir à postura do presidente da Assembleia da República que considera um mau serviço à democracia falar deste incumprimento é, de facto, desolador para quem como eu acredita na democracia e na pluralidade da opinião política", afirmou Luís Montenegro, que garante que ainda esta semana PSD e CDS darão entrada do requerimentos para a constituição de uma nova comissão de inquérito potestativa sobre a Caixa.