Leal Coelho faz discurso anti-marxista

Teresa Leal Coelho trouxe ao discurso do 25 de Abril uma opção ideológica: a da igualdade de oportunidades sobre a as “conceções igualitárias, facilitistas ou de exclusão”. Uma escolha que tem “uma fronteira tão nítida quanto o paralelo 38 que divide as Coreias”.

"Não queremos uma sociedade que se reveja em conceções igualitárias, facilitistas ou de exclusão", afirmou Teresa Leal Coelho, que defende que "é esta sociedade livre, justa e inclusiva que em Portugal se propõe continuar a construir, por vontade dos portugueses".

Num discurso marcado pela diferença entre a igualdade e a liberdade da igualdade de escolhas, a vice-presidente do PSD lembrou Sá Carneiro para atacar o marxismo.

"O socialismo marxista, coletivista e estatizante, por mais suave que seja o seu discurso, não convém ao progresso dos povos nem ao livre desenvolvimento dos homens e das mulheres, até porque é arcaico", disse, citando Sá Carneiro.

Para Teresa Leal Coelho, "há uma fronteira clara" entre os pensamentos de esquerda e direita, "uma fronteira que, de um lado, coloca o primado da pessoa e dos seu projeto de vida, e do outro um Estado totalitário gerador de pobreza e de injustiça".

"Mas se os dois pensamentos políticos que aqui confrontei são realmente inconciliáveis, é importante sublinhar a relevância moral de um outro traço distintivo entre eles", afirmou Leal Coelho, para opor "a tolerância que se propõe ao diálogo" à "intolerância que se apresenta dogmática, que não discute ideias, antes as impõe".

Um discurso no qual Teresa Leal Coelho aproveitou para recuperar algumas daquelas que têm sido as suas lutas enquanto deputada, como a criação do crime de enriquecimento ilícito ou a obrigatoriedade de registos de interesses, que incluam por exemplo a filiação em sociedades secretas como a Maçonaria e a Opus Dei.

Leal Coelho trouxe ainda para o seu discurso um agradecimento especial ao papel de Mário Soares no pós-Revolução, naquele que é o primeiro 25 de Abril depois da sua morte.