Centeno confiante no crescimento

O País vai continuar a crescer, a reversão do programa de compra de ativos do Banco Central Europeu (BCE) não preocupa e a incerteza política na Catalunha poderá beneficiar Portugal. 

Em entrevista à agência Reuters, o ministro das Finanças afirmou que continua a “considerar a política orçamental muito prudente (…) e o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) é um crescimento muito robusto“.

No próximo ano “um crescimento de 2,2% será, se se confirmar, o terceiro maior crescimento do século” e segundo Mário Centeno, a “projeção PIB é prudente, alinha em termos técnicos o crescimento do PIB com aquilo que, no estado atual da economia, consideramos que é o crescimento potencial de Portugal”.

O ministro acrescenta que esta é a “melhor previsão para sustentar um exercício orçamental no qual nós não queremos correr riscos” e que se se o PIB for melhor será aproveitado para “reduzir a dívida, credibilizar o exercício orçamental português e conter as pressões externas e internas”.

Ao mesmo tempo Centeno confia que o défice vai diminuir, prevendo um valor de 1% no próximo ano e que o rácio de dívida pública bruta desça para 123,5% do PIB no final de 2018. Mas “se nós conseguíssemos colocar a dívida bruta abaixo de 120% do PIB no fim da legislatura seria um excelente indicador (…) Esta trajetória sustentada, constante e gradual é aquilo que eu acho que Portugal deve ambicionar e implementar”, disse.

Na mesma entrevista, o ministro das Finanças revelou estar "confortável" com a possibilidade de o Banco Central Europeu (BCE) poder vir a reverter o seu programa de compra de ativos, uma vez que este já atingiu o número máximo de títulos de dívida portugueses possível.

"Tecnicamente, isso já está reflectido no preço da nossa dívida, uma vez que há um ano que não temos o apoio do Banco Central Europeu. (…) Por isso, este é um ponto que nos dá conforto para diante," disse Mário Centeno. 

O BCE reúne na próxima semana para analisar uma retirada progressiva dos estímulos e de acordo com a agência Bloomberg esta poderá passar pela redução a metade – de 60 mil milhões de euros para 30 mil milhões – o montante mensal a comprar e prolongar nove meses o programa.

Já a situação política na Catalunha “é também uma preocupação, mas diferencia Portugal da turbulência política e seguramente ajudará a atrair mais investimento, mais turismo e mais pessoas," afirmou o ministro das Finanças, que lamentando as dificuldades em Espanha, sublinhou a “estabilidade política” em Portugal.