Uma no cravo, outra na ferradura. De sintonia bem emparelhada com a bancada do governo, o líder do grupo parlamentar do PS, Carlos César, tanto saudou a chegada de Rui Rio como disse que nada mudará devido a esta.
"Demonstra como o diálogo é sempre importante na nossa vida política, ainda que projetado em decisões que em seu tempo deverão ser discutidas e tomadas", afirmou César, remetendo discretamente para as temáticas a longo-prazo (como os fundos comunitários ou os consensos para as obras públicas).
"O PSD é um partido referência na nossa vida política e com ele devemos contar na convergência como na divergência", continuou, no limbo que não fecha a porta a Rio nem descarta a esquerda.
"Contamos com o maior contributo do PSD para uma cultura democrática, que demonstre que a condição de se ser adversário em política não é idêntica à condição de se ser inimigo", disparou depois. "Isso é muito importante para o nosso país".
Na conclusão da sua primeira intervenção no debate quinzenal, César endureceu: "Não desejamos sucessos eleitorais ao PSD porque entendemos que o caminho que trilhou ou o caminho que pretende trilhar não é o melhor para o nosso país".
Mas, continuou, "é importante que as semelhanças que encontremos não sejam sufocadas por um antagonismo inútil, fútil e desprestigiante", claramente em ataque ao PSD prévio a Rui Rio. Nesse sentido, terminou, "saudamos a mudança saudável que ocorreu no PSD". É uma mudança, para o líder parlamentar dos socialistas, "de método", mas que "em nada representa uma mudança de políticas".
"A relação entre o PS e PSD é aquela que sempre foi", rematou. Sendo que "sempre" se trata de uma referência temporal bem flexível.