Jerónimo de Sousa defendeu que a reposição de direitos dos trabalhadores nos últimos três anos só foi possível porque o PS não tem maioria absoluta. "O que se avançou, ainda que limitadamente, avançou porque o PS não tinha os votos para, sozinho, impor a política que sempre, ao longo de quatro décadas, fez sozinho ou com o PSD e o CDS. A opção pela defesa do interesse nacional exige a rutura com a política de direita, objetivo que o PS se recusa a concretizar", salientou o líder comunista.
"Dar mais força ao PS, neste quadro de submissão ao capital monopolista nacional e transnacional, aos ditames da União Europeia e do seu diretório, seria dar mais espaço à política de direita, andar para trás na defesa e reposição de direitos que só foram possíveis exatamente por o PS não ter a força que ambiciona e por ter sido levado a assumir, mesmo contra a sua vontade", acrescentou Jerónimo de Sousa no encerramento da "Conferência Alternativa patriótica e de esquerda, por um Portugal com futuro", no Fórum Luísa Todi, em Setúbal.
Apesar de considerar que o PS só viabilizou algumas politicas em benefício dos trabalhadores porque foi obrigado, já em relação aos partidos de direita Jerónimo afirmou que pouco ou nada há a esperar nesse domínio. "Do PSD e do CDS só há a esperar retrocesso social e económico, liquidação de direitos, saque de salários e rendimento. E da parte do PS o que se sabe poder contar é com as mesmas opções que têm impedindo a resposta plena aos problemas nacionais no passado e também no presente", disse.