Dos 86 deputados socialistas, 40 votaram contra a proposta de baixar o IVA das touradas para 6%, demonstrando que a divisão interna que a questão levantou.
A proposta tinha sido apresentada pelo líder parlamentar do PS, desafiando a intenção do Governo que no texto defendia a manutenção do IVA das touradas nos 13%.
Carlos César, que além de líder parlamentar é também presidente do partido, só conseguiu o apoio de 43 deputados da sua bancada para sua proposta da diminuição da taxa, que foi chumbada com os votos contra dos restantes partidos e de 40 deputados do PS.
Quase metade dos deputados votou contra o próprio líder, sendo que quatro destes deputados – Filipe Neto Brandão, Susana Amador, Pedro Delgado Alves e Ivan Gonçalves – são vice-presidentes da bancada.
A secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, Edite Estrela , Vitalino Canas, André Pinotes Batista, Isabel Moreira e Pedro Delgado Alves também votaram contra.
Fernando Rocha Andrade, Porfírio Silva, Tiago Barbosa Ribeiro, Fernando Jesus, Alexandre Quintanilha, Paulo Trigo Pereira, Carla Sousa, Elza Pais, António Sales, Rosa Albernaz, Lúcia Araújo, Carla Tavares, Maria António Almeida Santos, José Magalhães, Catarina Marcelino, Constança Urbano de Sousa, Hugo Carvalho, Odete João, Sandra Pontedeira, foram outros dos deputados que ajudaram a chumbar a proposta de Carlos César.
Sublinhe-se que a proposta, que teve liberdade de voto, assim que foi tornada pública gerou algum mal-estar entre o governo e o partido. O primeiro-ministro, António Costa, de quem, aliás, o líder parlamentar do PS é próximo, confessou na altura ter ficado “surpeendido” com a proposta de César e chegou mesmo a dizer: “Lamento, se fosse deputado votaria contra".
Por outro lado, a baixa do IVA nas touradas para os 6% foi aprovada, com a direita – PSD e CDS – a preferirem acertar texto com os comunistas para fazerem passar a diminuição do imposto sobre o consumo para as "entradas em espetáculos de canto, dança, música, teatro, cinema, tauromaquia e circo".