Marques Mendes. Maior protagonismo de Centeno é “uma estratégia política e eleitoral” do governo

O social-democrata defende que Centeno tem tido um “protagonismo mediático muito superior ao que é habitual”, ao aparecer no programa Governo Sombra da TVI e no Telejornal da RTP, porque é “uma espécie de homem do leme” do PS

No seu habitual espaço de comentário na SIC, Marques Mendes falou sobre o "protagonismo mediático muito superior ao que é habitual" do ministro das Finanças, Mário Centeno. O social-democrata referia-se à presença do governante no programa Governo Sombra da TSF e da TVI e à entrevista que deu à RTP.

Para Maques Mendes, este protagonismo de Centeno é "intencional" e "obedece a uma nova estratégica política e eleitoral do governo". A ideia, segundo o social-democrata, é a de que até às eleições a liderança do governo seja vista cada vez mais como uma liderança a dois – entre António Costa e Mário Centeno –, dando cada vez mais protagonismo ao ministro das Finannças.

Marques Mendes identifca três razões para um aumento do mediatismo de Centeno. A primeira deve-se ao facto do ministro das Finanças "muito popular", que "tem resultados a apresentar" e "entra bem no eleitorado do centro e do centro-direita.

Em segundo lugar, o ex-líder do PSD afirma que Mário Centeno é "a imagem da credibilidade do governo e do PS em matéria económica e financeira". "É o homem das contas certas. A preocupação é acabar definitivamente com a ideia de que o PS é mau gestor das contas públicas. E Centeno é, para esse efeito, a imagem de marca mais forte".

E, por fim, Marques Mendes sublinha que o governo e Mário Centeno estão preocupados com "o arrefecimento futuro da economia". E, neste aspeto, "Centeno é o protagonista ideal no momento em que o clima económico está a piorar". "Num momento de abrandamento económico e de nuvens negras no horizonte, as pessoas querem ter alguém especial em quem possam confiar. Uma espécie de homem do leme, de válvula de segurança, de pessoa de confiança. Para o PS esse homem é Mário Centeno", argumenta.