Professores voltam a sentar-se hoje à mesa com o governo

Plataforma de dez sindicatos anunciou que vai estar presente na reunião convocada pelo Ministério da Educação e que vai decorrer hoje à tarde. Perante a recusa do governo em discutir as propostas dos sindicatos, os professores querem que fique registado em ata uma “declaração de repúdio pela postura autocrática” do executivo 

Os professores vão estar presentes na reunião convocada pelo Ministério da Educação, marcada para hoje à tarde e que serve para negociar o tempo de serviço congelado, para que fique registado “o desrespeito do governo pela negociação e pelas leis do Orçamento do Estado”.

A decisão da plataforma de dez sindicatos foi anunciada em comunicado seis horas antes do início da reunião com o executivo.

Os professores frisam que o único motivo para voltarem a estar sentados à mesa para negociar com o governo é para que fique registado em ata uma “declaração de repúdio pela postura autocrática” de um governo “que nunca aceitou discutir as propostas dos sindicatos”.

Os professores continuam a acusar os ministérios da Educação e das Finanças de “intransigência” e de “bloqueio negocial” porque se recusam a discutir as propostas dos docentes, que passam por um reconhecimento faseado e gradual de todo o tempo de serviço congelado, nove anos, quatro meses e dois dias, ao longo dos próximos anos (até 2025). Solução que está a ser aplicada na Madeira e que a partir de setembro também vai entrar em vigor nos Açores.

Em alternativa, os docentes estão dispostos a aceitar que o tempo de serviço congelado tenha efeitos para aposentação, ou seja, esses anos de trabalho seriam contabilizados para os anos de serviço em falta para a passagem à reforma.

No entanto, o governo tem recusado discutir estas propostas dos docentes alegando a falta de verbas, estimando que o reconhecimento de nove anos, quatro meses e dois dias, ronda os cerca de 600 milhões de euros.

Para o executivo, a solução passa por reconhecer apenas dois anos, nove meses e 18 dias. Cenário que os docentes recusam aceitar considerando um “insulto” prometendo uma nova vaga de protestos e de greves durante o último período do ano letivo.