Passos Coelho regressa para ajudar PSD

Partidos apostam tudo na última semana de campanha. Paulo Portas regressa para ajudar o CDS. Francisco Assis, Ferro Rodrigues e muitos ministros ao lado de Pedro Marques.

Passos Coelho vai entrar na última semana da campanha do PSD ao lado do cabeça-de-lista Paulo Rangel. Está já confirmada a presença do ex-líder num almoço em Cascais, na segunda-feira, com militantes e simpatizantes do partido. Manuela Ferreira Leite também aceitou participar na campanha e vai marcar presença num almoço em Ansião, no distrito de Leiria.

Os partidos estão a apostar forte nos últimos dias de campanha. PSD, socialistas e CDS chamaram os pesos-pesados para ajudar a captar votos por todo o país. Paulo Portas deverá participar logo no início da campanha numa iniciativa do CDS na região de Lisboa. Portas saiu do partido que liderou 18 anos com o aparecimento da geringonça, e reaparece para ajudar o CDS a conseguir o seu grande objetivo: eleger dois eurodeputados. Outra figura do portismo, Pires de Lima, que saiu da política ativa, participou esta semana numa ação de campanha no mercado de Cascais. Mesquita Nunes, ex-vice-presidente do partido, e Nuno Magalhães, líder parlamentar, também estarão ao lado do cabeça-de-lista do CDS.

 

Francisco Assis e muitos ministros na campanha do PS

António Costa tem sido uma presença constante nesta campanha e os socialistas apostam em figuras de referência para os últimos dias de campanha. Francisco Assis, que liderou a lista há cinco anos e é um dos principais críticos da geringonça, vai participar na descida da Rua de Santa Catarina, no Porto, e num comício em Matosinhos, no penúltimo dia da campanha dos socialistas.

O presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, estará no tradicional almoço da Trindade, no encerramento. Os ministros também estão em peso na campanha socialista. Mário Centeno, Augusto Santos Silva e  Pedro Nuno Santos são só alguns dos governantes que dão cara pelo PS na última semana da campanha. Vieira da Silva elogiou, esta semana,  a  «enorme capacidade de persistir» do cabeça- de- lista do PS. João Matos Fernandes entrou na campanha um dia antes em Almeirim e atacou Assunção Cristas. «Ser ministro do Ambiente é fácil porque antes de nós havia um vazio».

 

Costa e Pedro Marques endurecem críticas a Rangel

António Costa não larga o cabeça- de -lista do PS e, esta semana, endureceu as críticas contra a direita. Num comício em Faro, na terça-feira à noite, o secretário-geral do PS acusou o PSD de alimentar «campanhas sujas e negras». Aproveitando a polémica com os perfis falsos nas redes sociais, que levou à demissão de Rodrigo Gonçalves de consultor de comunicação, o secretário-geral do PS_atacou duramente as campanhas «que se vão construindo nas redes sociais, alimentando perfis falsos para atacar e denegrir» os adversários. «Isso não é política. Isso é sujeira, isso não é digno da democracia», acrescentou.

Pedro Marques também radicalizou o discurso contra «o duo Melo/Rangel» por terem trazido para a campanha eleitoral a tragédia dos incêndios de 2017. Durante o dia o candidato do PSD percorreu de helicóptero as zonas afetadas pela tragédia que levou à morte de mais de 100 pessoas. À noite, Pedro Marques acusou Rangel de utilizar «a dor das pessoas» para caçar votos. «Uns metem a mão na massa, outros sobrevoam as dificuldades, espreitando a possibilidade de arrebanhar votos».

Costa também apontou o dedo à iniciativa do PSD para defender que «a vida política não se faz a andar de helicóptero, mas com os pés no chão, cara a cara com as pessoa»”.

A resposta surgiu no dia seguinte com um apelo à serenidade. Paulo Rangel foi confrontado com as críticas de Costa e Marques e pediu «elevação» aos adversários.  Assunção Cristas e Nuno Melo também andaram pelas zonas afetadas pelos incêndios. Não foi a primeira vez, mas Cristas garante que não desistirá de «denunciar a incompetência do governo» na reconstrução das casas. PSD e CDS acusaram o Governo socialista de «incompetência», e «negligência» por causa do atraso nos meios aéreos para combate aos fogos.

 

Direita insiste nas ligações familiares: ‘Nem em ditadura’

Na primeira semana da campanha oficial, PSD e CDS voltaram à polémica com as ligações familiares dentro do Governo socialista. «Onde está a ética republicana neste Governo das famílias? O primeiro-ministro acha normal que o governo esteja ferido pelas ligações familiares e vem falar de seriedade», disse Paulo Rangel, na quinta-feira à noite, num comício em Viseu. Antes disso já o CDS tinha, pela voz do ex-ministro Pires de Lima, atacado a «falta de vergonha» deste Governo. Pires de Lima participou numa ação de campanha no mercado de Cascais e defendeu que «nem em ditadura tínhamos assistido a um Governo que tem pai e filha, marido e mulher, além de amigos».

 

Patriarcado de Lisboa apaga post polémico no Facebook

O Patriarcado de Lisboa partilhou esta quarta-feira uma publicação na sua página oficial de Facebook, apelando, de forma indireta, ao voto na coligação Basta. A escolha dos partidos ‘aprovados’ pela Igreja Católica baseava-se nas posições que estes defendem, no que diz respeito a temas como o aborto, a eutanásia, barrigas de aluguer ou prostituição.

A decisão dos partidos ‘livres de pecado’ foi divulgada online, através de uma imagem elaborada pela Federação Portuguesa pela Vida (FPV), que apresentava um quadro com informações sobre o posicionamento de nove partidos –  PSD, PS, BE, CDS, CDU, PAN, Aliança, Basta! e Nós, Cidadãos – segundo os seus respetivos programas eleitorais.

De acordo com os parâmetros divulgados pelo Patriarcado, o BE, o PS e o PAN, surgem como os partidos contra as convicções ‘pró-vida’ da Igreja Católica. O PSD e a CDU ficaram num território morno.

Passado duas horas da publicação da imagem, o post  foi apagado das redes sociais. O gabinete de comunicação do Patriarcado admitiu que a partilha tinha sido «uma imprudência». Apesar disso, André Ventura manifestou-se «pessoalmente feliz» com a publicação do Patriarcado. «Acho que foi Deus que me colocou neste espaço e nesta luta. Por isso sinto-me bem por a Igreja validar a minha posição», afirmou o candidato.

com Cristina Rita e Ana Petronilho