Jerónimo de Sousa disse este sábado que se o PS tiver "as mãos completamente livres", Portugal corre o risco de retroceder nas conquistas dos direitos alcançados.
"Se o PS tiver as mãos completamente livres, o que foi alcançado corre o sério risco de andar para trás, da mesma forma que andaria se o CDS e o PSD reunissem condições para tal", disse o secretário-geral do PCP, citado pela agência Lusa, durante uma iniciativa pública no Funchal, Madeira.
"A operação de chantagem, com a ameaça de demissão do Governo do PS neste final de legislatura, confirma que o PS, tal PSD e CDS, não hesitará, criadas as condições, em retomar a sua política de sempre de transferência para as costas do povo de toda e qualquer dificuldade ou crise que surja", acrescentou ainda.
Jerónimo de Sousa defende que o PS “não hesitará em colocar as ordens de Bruxelas à frente dos interesses do povo" e "não será pelas mãos do PS" que prosseguirá a reposição de direitos em Portugal.
"O PS não mudou a sua natureza e opções de fundo", considerou, argumentando depois que o que mudou “foram as circunstâncias”.
De acordo com o secretário-geral do PCP, o PS pretende agora livrar-se dessas circunstâncias para “poder passar a fazer a política de direita de mãos livres que sempre antes fizera e ambiciona retomar".
Assim, Jerónimo de Sousa defende que é preciso “reforçar a CDU, aumentar a votação e o seu número de deputados, e assim fazer avançar a região e o país" nas próximas eleições regionais (22 de setembro) e nacionais (06 de outubro).
Desta forma, está em causa reforçar a CDU ou "andar para trás pela mão do PS, PSD e CDS, perdendo muito do alcançado", disse.