O líder do Chega, André Ventura, defende que é preciso chamar as coisas pelos nomes e que “o Miguel Duarte não é nenhum S. Francisco de Assis que anda pelo Mediterrâneo a salvar vidas perdidas. Trata-se de apoio à imigração ilegal e ao negócio obscuro e violento do tráfico de seres humanos”.
O dirigente político vai mais longe e, num artigo de opinião publicado no jornal i, diz que rejeita veementemente tornar este jovem em qualquer espécie de herói ou santo protetor dos refugiados. Para Ventura, o que o jovem português, que arrisca ser condenado a 20 anos de prisão por auxilio à imigração ilegal, fez foi “apoiar uma atividade que, se não for cortada na raiz, está a caminho de provocar um dos maiores desastres sociais, políticos e humanitários na Europa desde a Segunda Guerra Mundial”. “E Miguel Duarte sabia disto tão bem como eu sei que o auxílio à imigração ilegal e ao trágico de seres humanos é crime, em Portugal, em Itália e em qualquer parte da União Europeia”.
Mas Ventura não dirigiu as críticas apenas a Miguel Duarte, chegando a defender que Marcelo Rebelo de Sousa também deveria ser julgado pelas suas declarações sobre o caso.
O Presidente da República “decidiu colocar a sua alta magistratura ao serviço do politicamente correto e pedir justificações à justiça italiana. Chegou a falar, imagine-se, em dever de auxílio”, sublinhou Ventura, acrescentando que Marcelo “devia ser politicamente julgado por estas palavras rudes, tal como Miguel Duarte será julgado por auxílio à imigração ilegal. Aliás, é por isso que tem a designação de ‘ilegal’. Por ser criminosa. Ilícita!”.
Na opinião do líder do Chega, a reação do Presidente demonstrou que “está-se nas tintas para o direito penal português ou italiano, quer ser reeleito e mais nada, apelando a um certo desconhecimento do fenómeno e ao coração mole dos portugueses. É vergonhoso!”.
Para Ventura, “se a ONG em que Miguel Duarte colabora quisesse realmente fazer a diferença estava nos centros de acolhimento de migrantes e refugiados a ajudar com alimentação e apoio jurídico, e não em barcos no Mediterrâneo onde rejeitam a presença das autoridades”.