A greve dos motoristas está marcada para o próximo dia 12 de agosto, conforme o pré-aviso de greve entregue esta segunda-feira no final da reunião entre Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e os dois sindicatos que representam os profissionais da área – Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM).
De acordo com o documento de pré-aviso de greve a que o i teve acesso, os dois sindicatos vão garantir, a partir de dia 12 e por tempo indeterminado, apenas 25% dos trabalhadores a nível nacional. E, desta vez, é importante sublinhar que a paralisação não é apenas dos motoristas que transportam combustíveis, mas também as restantes mercadorias, como é o caso dos supermercados. Num universo de cerca de 50 mil motoristas, o pré-aviso de greve esclarece então que estarão apenas disponíveis 12 500 profissionais.
Além disso, o “abastecimento de combustíveis e matérias perigosas aos hospitais, centros de saúde, clínicas de hemodiálise (…) estabelecimentos prisionais, bases aéreas, serviços de proteção civil, bombeiros, forças de segurança e unidades autónomas de gaseificação” está assegurado.
Do lado dos patrões, a ANTRAM disse que a formalização da paralisação – cuja intenção já tinha sido anunciada no início do mês durante o primeiro congresso dos motoristas – já era esperada. “No decurso da reunião não foram esclarecidos nem os alegados incumprimentos e intransigência da ANTRAM neste processo negocial como também nem sequer foram discutidas as respostas da ANTRAM às propostas apresentadas pelo SIMM e pelo SNMMP na reunião de 19 de junho passado”, escreveu a ANTRAM em comunicado.
Agora, a ANTRAM e a tutela vão analisar o documento entregue pelos dois sindicatos e, explicou a ANTRAM, “tomar as necessárias diligências para procurar garantir que tudo decorra dentro da normalidade, evitando o cenário que se verificou no passado, com os atropelos gritantes à legalidade”.
Também ontem, Vieira da Silva, ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social garantiu que o Governo “estará preparado para o que vier a acontecer e respeitará as decisões que as partes tomarem, (…) mas também utilizará todos os instrumentos que o Estado democrático tem ao seu dispor para salvaguardar interesses (…) maiores do país”.
O objetivo do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas é, desde o início, conseguir um salário de 1200 euros para os profissionais do setor, um subsidio específico de 240 euros e a redução da idade da reforma. Recorde-se que alcançar um novo acordo coletivo surge na sequência da insatisfação dos trabalhadores face ao acordo coletivo assinado em setembro do ano passado entre a Federação dos Sindicatos de Transporte e Comunicação (FECTRANS) e a ANTRAM – motivo que acelerou a concretização da greve em abril.