Os 18 partidos e coligações que se apresentam às eleições legislativas prevêem gastar 8.1 milhões de euros durante a campanha. São menos 700 mil euros face ao orçamento estimado pelos 20 partidos e coligações que se apresentaram a votos nas legislativas de 2015, que contavam gastar 8.8 milhões de euros.
No entanto, o valor indicado pelos partidos para suportar as despesas de campanha têm sido, tradicionalmente, inferior ao custo real. Ou seja, no final da campanha a despesa prevista pelos partidos acaba por derrapar, de acordo com a Entidade das Contas e Financiamentos Políticos.
Em 2015, por exemplo, os partidos acabaram por gastar cerca de 10 milhões de euros. Mais 1.2 milhões de euros face ao orçamento inicial.
Este ano, o PS volta a ser o partido que prevê gastar mais verbas na campanha eleitoral. Regra que se tem mantido nas eleições legislativas que decorreram nos últimos dez anos, em 2015, 2011 e 2009.
Para estas legislativas os socialistas prevêem uma despesa que ultrapassa os 2.4 milhões de euros. Menos cerca de 900 mil euros face aos 3.3 milhões de euros gastos pelo PS no final da campanha às legislativas de 2015.
Entre as várias iniciativas de campanha, a maior fatia da despesa prevista pelo PS vai ser canalizada para os comícios e espetáculos, com um valor previsto que ultrapassa os 589 mil euros. Segue-se a verba prevista para folhetos, outras iniciativas de propaganda e comunicação na internet, com um orçamento estimado em 508 mil euros.
No reverso, o Partido da Terra apresentou um orçamento a custo zero. Seguem-se o Partido Nacional Renovador (PNR) e o Partido Unido dos Reformados e Pensionistas (PURP) que contam com uma despesa de 1.500 euros, cada um.
Entre os partidos com assento parlamentar, o PSD é o segundo partido que apresenta uma maior fatura para a campanha eleitoral, prevendo uma conta de cerca de dois milhões de euros. A maior fatia deste valor vai ser canalizada para custos administrativos e operacionais, onde os sociais-democratas prevêem gastar 650 mil euros.
A CDU – coligação entre o PCP e Os Verdes – aponta para custos na ordem dos 1.2 milhões de euros. Menos 200 mil euros face aos 1.4 milhões de euros gastos pela CDU nas legislativas de 2015.
Segue-se o Bloco de Esquerda que prevê uma fatura de 983 mil euros e o CDS surge logo atrás com cerca de 700 mil euros. Entre os partidos com deputados eleitos, é o PAN que prevê gastar menos com a campanha, estimando um valor de 138 mil euros.
O Aliança, que concorre pela primeira vez nas legislativas, prevê gastar mais do que o PAN com um orçamento de 250 mil euros. A Iniciativa Liberal tencional fazer uma campanha mais modesta com 50 mil euros e o Livre apenas 11 mil euros. O Chega apresentou um orçamento de 150 mil euros.
O prazo para que os partidos entregassem na Entidade das Contas e Financiamentos Políticos os orçamentos previstos para as legislativas, terminou na passada segunda-feira. Na página do Tribunal de Contas não constam os orçamentos do Nós, Cidadãos, PPM, POUS e do MAS.
Distribuição das verbas
Agências de comunicação e estudos de mercado – 708 mil euros De acordo com os orçamentos entregues à Entidade das Contas, os 18 partidos que se apresentam na corrida às urnas prevêem gastar cerca de 708 mil euros com a concepção da campanha, com agências de comunicação e estudos de mercado, onde cabem, por exemplo, as sondagens internas dos partidos. O PS é o partido que prevê a maior fatura para este tipo de iniciativas, contando gastar 392 mil euros. Segue-se o PSD com 150 mil euros e o CDS com 84 mil euros. O Aliança, que pela primeira vez se apresenta a umas eleições legislativas, estima uma despesa de 30,7 mil euros. Já a CDU, o Partido da Terra, o Partido Trabalhista Português e o Partido Unido dos Reformados e Pensionistas não têm qualquer verbas inscritas para estas iniciativas.
Comícios e espetáculos – 1.6 milhões de euros Os comícios e os espetáculos é uma das iniciativas onde os partidos contam gastar mais verbas, ultrapassando um total de 1.6 milhões de euros. O PS conta com uma despesa acima de meio milhão de euros (590 mil euros) seguindo-se o Bloco de Esquerda com mais de 480 mil euros. O PSD conta com uma despesa de 400 mil euros.
Estruturas, telas e cartazes – 1.3 milhões de euros Para as estruturas, cartazes e telas os partidos contam em gastar mais de 1.3 milhões de euros. Para estas iniciativas, o PSD é o partido que inscreveu uma maior verba, estimando uma despesa de 400 mil euros. O PS prevê gastar 255 mil euros e o CDS 168 mil euros. Pouco mais do que os 165 mil euros previstos pela CDU. O Bloco de Esquerda conta com uma fatura de 119 mil euros e o Chega, de André Ventura, prevê 90 mil euros.
Custos administrativos e operacionais – 2 milhões de euros Esta é a rubrica do orçamento previsto pelos partidos que conta com a maior despesa. O PSD tem uma fatura prevista na ordem dos 650 mil euros, seguindo-se a CDU com 445 mil euros e o PS com cerca de 424 mil euros. O Bloco de Esquerda conta gastar mais de 235 mil euros.
Brindes e outras ofertas – 555 mil euros Para os brindes e outras ofertas, onde estão incluídas canetas, crachás, sacos, bandeiras ou autocolantes, por exemplo, os 18 partidos que se apresentam às legislativas contam com uma despesa de cerca de 555 mil euros. Aqui o PSD é o partido com a maior despesa prevista, estimando gastar 200 mil euros. O PS fica nos cerca de 165 mil euros. Esta é a maior aposta do Aliança, liderado por Santana Lopes, com uma despesa prevista de 62.500 euros. No oposto, o PCTP/MRPP, o Partido da Terra, o Partido Trabalhista Português, o PAN, o Partido Unido dos Reformados e Pensionistas (PURP) ou o Iniciativa Liberal não vão distribuir brindes durante a campanha, não tendo qualquer verba orçamentada para estas iniciativas de campanha.
Propaganda, comunicação impressa e digital – 1 milhão de euros Para ações de propaganda, de comunicação impressa e digital os partidos contam gastar cerca de um milhão de euros. Nesta despesa estão incluídos folhetos, a emissão televisiva do tempo de antena ou, por exemplo, iniciativas de campanha na internet. Também aqui o PS é o partido que tem a maior despesa prevista, com um valor que ultrapassa os 508 mil euros. Seguem-se o PSD e a CDU com uma verba inscrita na ordem dos 350 mil euros, cada um. O Bloco de Esquerda estima uma fatura de 119 mil euros com estas iniciativas.
Outras despesas – 240 mil euros Para outras despesas não tipificadas ou não previstas, os partidos inscreveram cerca de 240 mil euros. Aqui o Aliança prevê uma despesa de 55,4 mil euros, sendo esta a segunda maior despesa do partido para esta campanha eleitoral. O PSD estima uma fatura de 80 mil euros e o PS 73 mil euros.