O setor do imobiliário começou o ano com um recorde mas a pandemia de covid-19 acabou por mudar o percurso do setor. Segundo o primeiro ‘Market Report’, da Casafari, relativo aos primeiros cinco meses do ano, os apartamentos retirados e vendidos na internet registaram uma quebra de 60% em Lisboa, 62% no Porto e 60% em Faro.
O relatório revela ainda que após o pico observado em fevereiro, foi registada uma redução no número de listagens de novos imóveis, com Lisboa a registar 9% (15.867 em fevereiro face 14.409 em maio), Porto e Faro com quedas de 5% e 3%, respetivamente.
Além disso, os preços por metro quadrado mantiveram-se instáveis e foi verificado um abrandamento no aumento dos preços, “enquanto as reduções de preços verificaram a variação percentual mais baixa desde o início do ano, com quebras que oscilaram entre os 27% no Porto, 75% em Lisboa e 79% em Faro desde fevereiro até maio”.
Já no mercado de arrendamento, depois de uma “súbita descida”, a oferta registou um aumento de 21,43% no Porto, 1,44% em Lisboa e 13,35% em Faro. Os preços das casas mantiveram-se estáveis “apesar da ligeira tendência ascendente do número de imóveis para arrendar”.
O relatório revela também que um dos efeitos mais directos provocados pela pandemia está relacionado com a canalização de apartamentos de alojamento local para o mercado de arrendamento.
“Concluímos que os dois primeiros meses do ano foram bastante positivos, com fevereiro a ser o melhor mês para o mercado imobiliário, mas março revelou-se um mês em que assistimos a quebras a vários níveis, um sinal que o mercado está a reagir à actual situação da pandemia. Os dados registados já nos estão a indicar alguns sinais de retoma e o mercado imobiliário português deverá recuperar gradualmente ao longo de 2021”, revela Nils Henning, fundador da Casafari.