Ventura acusa o PSD de bullying e ameaça romper com acordo nos Açores

Para o líder partidário, a exclusão do Chega de um acordo autárquico entre PSD e CDS “vai prejudicar a intenção de agregar a direita e de formar uma alternativa”.

André Ventura acusou o PSD e o CDS-PP de “bullying político”, por terem excluído o Chega de um acordo autárquico, e admite que essa decisão pode trazer consequências políticas na solução governativa dos Açores.

O líder do Chega disse que o acordo autárquico entre os sociais-democratas e os centristas era “incompreensível”, porque “procura que sejam os partidos de direita a fazer uma espécie de cordão sanitário a um partido legalizado e um partido que está no parlamento”, o que na sua opinião se trata “bullying político”.

Em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República, o deputado afirmou que a decisão daqueles dois partidos “vai prejudicar a intenção de agregar a direita e de formar uma alternativa”, mas não só, pois “altera o cenário político-partidário em que estamos”.

“Ora, se um partido como o Chega tem uma base nos Açores de apoio ao PSD, não podemos ter um outro raciocínio a funcionar aqui ou noutras eleições”, sublinhou, referindo-se à solução governativa dos Açores que junta PPM, PSD, CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal.

Ventura deixou mesmo o aviso: “Ou há respeito por esta formação ou nós continuaremos o nosso caminho sozinhos e retiraremos daí todas as consequências a nível regional, a nível nacional e nas autárquicas em outubro a nível local”.

Questionado sobre se a posição do PSD e do CDS terá sido motivada pelas declarações de Ventura na noite das Presidenciais, quando disse que “não haverá governo à direita sem o Chega”, Ventura respondeu: “Os resultados estão à vista de toda a gente”.