Quatro dias depois de se saber que Carlos Moedas, antigo secretário de Estado e ex-comissário europeu, é o candidato autárquico do PSD à Câmara de Lisboa, em coligação com o CDS, o candidato reuniu-se ontem com o presidente da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo. O resultado não é, para já, conclusivo, mas haverá mais conversas para avaliar uma coligação. A decisão da Iniciativa Liberal será tomada este sábado.
“Foi uma conversa franca em que se trocaram pontos de vista sobre as eleições autárquicas em Lisboa e onde se analisaram a existência de razões que pudessem levar a Iniciativa Liberal a considerar uma exceção à estratégia de apresentar candidaturas próprias nestas que são primeiras eleições autárquicas a que o partido concorre”, frisou ao i uma fonte do partido. Ou seja, a Iniciativa Liberal não se compromete, para já, com um acordo.
Ficou a certeza de “novos contactos até se poder chegar a uma decisão sobre a disponibilidade da Iniciativa Liberal em integrar uma coligação, decisão essa que será, em todo o caso, conhecida em primeiro lugar pelos órgãos próprios do partido”, esclareceu a mesma fonte dos liberais.
Carlos Moedas está apostado em aumentar a lista de apoios partidários ( menos do Chega) e os contactos devem estender-se à Aliança, ao PPM e ao MPT, além de incluir independentes. Essa é a convicção e o ponto de partida, segundo fontes sociais-democratas ouvidas pelo i. No imediato, Carlos Moedas deixou já uma mensagem de agradecimento nas redes sociais com o que pode vir a ser um dos seus slogans de campanha: “Por Lisboa, sem medo do futuro”.
Na curta mensagem, o ex-comissário europeu agradeceu a “todos” pelo envio de mensagens e de apoio à sua candidatura, sinalizando o facto de os ter recebido também de “pessoas dos mais variados setores e todas com o mesmo sentimento”: a de melhorar a capital e a vida dos lisboetas. E fechou a sua primeira mensagem com um “conto com todos neste movimento”.
No PSD trabalha-se, entretanto, para outras candidaturas e esta semana, mais precisamente amanhã, deverão ser aprovados 100 nomes de autarcas: oitenta terão luz verde para se recandidatarem, porque já estão no poder, caso o pretendam, e os sociais-democratas devem ainda aprovar mais 20 candidatos de concelhos de menor dimensão, apurou o i. Por seu turno, o acordo quadro autárquico com o CDS deverá ficar fechado esta semana, faltando ainda acertar questões como a repartição de custos de campanha entre os dois partidos.