Governo e o PS defenderam que Portugal “não falhou” no combate à pandemia. No debate do relatório sobre o estado de emergência, na Assembleia da República, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, garantiu que os resultados provam que as restrições aplicadas pelo Governo foram as mais adequadas para enfrentar a pandemia.
“Os resultados atingidos, que correspondem ao início do processo de desconfinamento e ao período da Páscoa, demonstram que as medidas foram adequadas e os portugueses foram exemplares”, disse o ministro da Administração Interna na abertura do debate.
O PS também aproveitou para fazer um balanço sobre o combate à pandemia um dia depois de o Presidente da República declarar o fim do estado de emergência. “Muitos alertaram que Portugal iria falhar, mas Portugal não falhou neste combate e os portugueses não falharam. Protegemos a saúde e os rendimentos e tudo fizemos para proteger a dignidade dos nossos cidadãos”, disse André Pinotes Batista.
O deputado socialista criticou aqueles que usaram a pandemia para “acicatar o medo” e “assustar” os portugueses. “São vampiros da nossa liberdade”, mas o Presidente da República, o Governo e o Parlamento “souberam ser elementos de coesão”, destacou o parlamentar do PS. Já o PSD aproveitou o debate para apontar falhas ao Governo no combate à pandemia durante o estado de emergência. “O Governo andou sempre atrás do prejuízo”, disse o deputado social-democrata António Cunha.
“Falhas graves” O partido liderado por Rui Rio apontou “falhas graves nos internamentos e nas consultas” no Serviço Nacional de Saúde e criticou o atraso na testagem dos alunos e professores no regresso às aulas presenciais. O PSD lamentou ainda os atrasos na vacinação dos bombeiros e das forças de segurança. “Agora, em vez de estado de emergência, devemos estar todos em estado de alerta. Importa, por isso, que o Governo não só anuncie, mas faça. Que concretize os apoios sociais às famílias e promova a proteção do nosso tecido empresarial, que é fundamental para a recuperação do país”, disse António Cunha.
Esquerda exige respostas Os bloquistas voltaram a defender um plano de recuperação para a atividade suspensa no Serviço Nacional de Saúde. “Isso não se fará despedindo enfermeiros, como no hospital de Penafiel”, alertou o deputado Moisés Ferreira. O deputado do BE defendeu que “o fim do estado de emergência não é nem pode ser o fim das respostas e políticas públicas”.
O PCP defendeu que “a vacinação é a grande resposta de fundo ao problema da pandemia e deve ser colocada no topo das prioridades”. João Oliveira, líder do grupo parlamentar dos comunistas, voltou a alertar que “é preciso dar resposta à agudização dos problemas da pobreza e da exclusão social” provocados pela pandemia. “Os impactos para milhares e milhares de trabalhadores e pequenas e médias empresas é hoje um problema de fundo da situação nacional que tem de ser considerado”, acrescentou João Oliveira.
A Iniciativa Liberal congratulou-se com o fim do estado de emergência e o Chega criticou os atrasos na vacinação dos polícias e dos bombeiros.