Carlos Moedas, candidato à câmara de Lisboa, lançou duras críticas ao principal adversário na assinatura do acordo de coligação com o CDS, PPM, MPT e Aliança. O candidato acusou Fernando Medina de não cumprir as promessas que fez aos lisboetas e de governar a cidade para agradar ao Governo.
“Fernando Medina não tem de facto visão para a cidade. Tem uma visão para parecer bem aos seus amigos e para agradar sobretudo ao Governo. É essa a agenda de Fernando Medina. É agradar ao Governo. Não é uma agenda ao serviço dos lisboetas, é uma agenda ao serviço do Governo”, disse o candidato social-democrata, esta quinta-feira, no Jardim da Estrela.
Moedas acusou ainda o presidente da câmara de Lisboa e recandidato de não cumprir o programa eleitoral. “As promessas não valem nada na boca de Fernando Medina”.
Depois da assinatura do acordo de coligação, em que marcaram presença os presidentes dos partidos, Carlos Moedas prometeu avançar com a criação de “uma assembleia de cidadãos para Lisboa, uma assembleia que seja diferente, que não vai substituir o que temos, mas que vai complementar, com pessoas diferentes”.
O social-democrata está convicto de que as pessoas “não querem mais esta governação da Câmara Municipal de Lisboa” e estão cansadas “destes 14 anos” com “um PS que depende de uma extrema-esquerda que nos odeia, uma extrema-esquerda que odeia todos aqueles que não pensam como eles. E isso não pode ser a nossa Lisboa”.
Medina levado ao colo
Rui Rio defendeu que Carlos Moedas tem “todas as condições” para vencer as eleições na capital do país. “Lisboa está muito longe da qualidade de vida que é possível dar aos lisboetas”, disse o presidente do PSD, depois de elogiar a “coragem”, a “seriedade” e a “competência” de Carlos Moedas.
O líder do PSD admitiu, porém, que a tarefa não é fácil e alertou que o Governo vai levar o candidato socialista ao colo. “É vital para eles não perder Lisboa. Estamos hoje em dia de um Benfica-Porto e eu diria, nessa linguagem, que vão pôr a carne toda no assador em Lisboa. O Governo vai levar o dr. Fernando Medina ao colo. Vai contar com algumas ajudas que não devia contar”, afirmou Rui Rio.
O presidente do PSD criticou que Fernando Medina mantenha o espaço de comentário político na televisão e apelou a que “todos os candidatos tenham as mesmas condições de disputar com lealdade a eleição de setembro ou outubro”.
Virar a página
Já o líder do CDS defendeu que esta coligação tem potencial para “derrubar a quase hegemonia” do PS em Lisboa e “contagiar” o resto do país.
Francisco Rodrigues dos Santos, que elogiou “as enormes qualidades de liderança política” do candidato social-democrata, manifestou o desejo de que “estas eleições autárquicas possam constituir um marco de mudança para Portugal, que se possa virar a página do socialismo e que este exemplo de Lisboa para o resto do país irá contagiar”.