PAN espera desempenhar pela primeira vez funções executivas em municípios

Sousa Real indicou que o PAN procurará “uma continuidade e consolidação” face ao trabalho até aqui desenvolvido ao nível das autarquias locais.

"Pela primeira vez, pretendemos ter funções executivas, conseguindo pelo menos uma vereação. Vamos apostar fortemente nisso, quer nos distritos de Lisboa e do Porto, quer também nas regiões autónomas" dos Açores e Madeira, declarou a porta-voz do PAN (Pessoas-Animais-Natureza) Inês de Sousa Real à agência Lusa, após uma reunião da nova Comissão Política do PAN – nas últimas eleições autárquicas alcançou representação em 22 concelhos (26 elementos em assembleias municipais e seis em assembleias de freguesia) e que já terá confirmadas neste momento 42 candidaturas no próximo ato eleitoral.

Naquilo que diz respeito à linha política, Sousa Real indicou que o PAN procurará "uma continuidade e consolidação" face ao trabalho até aqui desenvolvido ao nível das autarquias locais, "assim como uma expansão" em termos de presença do partido, sobretudo nas capitais de distrito e cidades das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.

"Temos uma preocupação no sentido de assegurar uma continuidade desta representatividade, concorrendo novamente a esses locais, assim como em alargar essa representatividade, incluindo as regiões autónomas. Em relação às nossas candidaturas, haverá uma preocupação com a paridade de género e com a diversidade das faixas etárias e percursos de vida profissional dos nossos candidatos", salientou, definindo como principais "bandeiras políticas" várias questões ambientais.

"As políticas locais são absolutamente fundamentais para garantir que continuaremos a ter cidades vivas, cidades em que o património do arvoredo é preservado. Esta tem sido uma das demandas dos nossos autarcas. Tendo o PAN maiores responsabilidades ao nível do executivo, pretendemos garantir que o arvoredo urbano é devidamente preservado", disse, apontando a existência de um regulamento em todos os municípios e um combate para "pôr fim às podas e abates abusivos, práticas que não preservam a mancha verde das cidades e, pelo contrário, têm feito avançar cada vez mais o betão, pondo em causa a qualidade de vida dos munícipes".

"Queremos garantir a existência de vigilantes municipais dos meios hídricos, seja nos municípios que tenham rios ou praias. A preocupação com uso da água é também absolutamente essencial, até para mais quando há notícias sobre a escassez de água no país", declarou, avançando que o PAN quer tornar todos os municípios "verdadeiras cidades protetoras da terra, tendo em vista a existência de uma maior responsabilização coletiva na proteção do mundo natural".

A deputada na Assembleia da República e no Município de Lisboa realçou igualmente preocupações com a proteção animal, a mobilidade verde e sustentável, o combate à pobreza, a inclusão, a igualdade, as questões da saúde (sobretudo numa conjuntura de pandemia de covid-19) e da habitação das populações mais vulneráveis.