Primeiros refugiados afegãos já chegaram a Portugal. Marcelo destaca “missão plenamente sucedida”

Ministro da Defesa diz que militares descatados para o Afeganistão “foram honrar dívidas de gratidão que o país tinha”.

Já chegou ao Aeroporto Figo Maduro, em Lisboa, o avião que transportou os quatro militares destacados para o Afeganistão, bem como os primeiros 24 afegãos que o país irá acolher.

De sublinhar que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, deslocaram-se até ao aeroporto militar para receber os passageiros.

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No local, estão vários veículos de assistência médica, do INEM e da Cruz Vermelha. Para o fim de semana está prevista a chegada de mais 50 afegãos ao país. Os militares portugueses e os 24 afegãos chegaram a Portugal depois de terem feito uma escala em Madrid. O avião, que tinha 195 passageiros provenientes de Cabul, aterrou em solo espanhol pelas 19h20 [18h20 em Portugal].

O major Marco Silva, responsável pela operação, afirmou que o trabalho dos militares foi feito "com a maior entrega, dedicação, profissionalismo e sentido de dever". "Fizémos tudo aquilo que estava ao nosso alcance para conseguir trazer para junto de nós as pessoas que trabalharam connosco", afirmou aos jornalistas.

O ministro da Defesa afirma que os quatro militares "foram honrar dívidas de gratidão que o país tinha" e que a missão "cumpriu, em pleno, tudo aquilo que foi pedido".

Também o Presidente da República destacou a "missão plenamente sucedida", sublinhando que "Portugal sai de cabeça erguida". "Quem esteve connosco em situações difíceis merecia que também estivéssemos com eles na fase mais difícil das suas vidas", acrescentou.

"O Governo tinha aberto a porta aos afegãos mas não chega abrir a porta. Era preciso ir lá buscá-los e colocá-los em aviões. Missões fáceis de anunciar e difíceis de cumprir", sublinhou o ministro da Defesa.

Recorde-se que os militares foram destacados para o Aeroporto Internacional Hamid Karzai, na terça-feira, para apoiar o esforço de retirada de cidadãos afegãos, integrados no continente espanhol, e já tinham estado, entre janeiro e maio, em missão no Afeganistão, integrados numa missão da NATO para assegurar a proteção do aeroporto internacional.

Os refugiados acolhidos por Portugal serão todos os que “colaboraram (por exemplo, como intérpretes) com a nossa força nacional destacada no Afeganistão, no quadro da NATO”. Mas o país irá também, em segundo lugar, participar no esforço de “acolhimento dos cidadãos afegãos que colaboraram noutros enquadramentos da NATO e também com a União Europeia”.