A candidatura de Pedro Santana Lopes à Figueira da Foz, com o Movimento de Cidadãos Eleitores Figueira A Primeira, não obteve ainda descanso desde o pedido de impugnação por parte do PSD concelhio, e parece não se livrar de novos obstáculos no caminho até a ida às urnas no dia 26 de setembro.
Depois do processo de impugnação da candidatura por parte de Pedro Machado e do PSD local – que se traduz na impossibilidade de o nome do candidato constar do boletim de voto –, o movimento foi confrontado com o facto de o símbolo da candidatura também não constar dquele boletim, tendo sido substituído por um I romano.
Por erro do tribunal (que decidiu impedir a menção ao nome do candidato), o primeiro boletim de voto distribuído às candidaturas indicava ‘Pedro Santana Lopes – Figueira A Primeira’ como o nome a colocar nos boletins.
Mas, entretanto e depois de constatar o erro, o mesmo tribunal voltou a notificar as candidaturas, dando nota de que o nome de Pedro Santana Lopes, afinal, não constaria do boletim que será enviado às assembleias de voto no dia 26 de setembro.
Mas ainda mais caricata do que a situação com a nomenclatura do movimento independente liderado por Santana Lopes é mesmo a história com o símbolo da mesma. Requerem os protocolos burocráticos que seja entregue, em sede própria (no tribunal), uma pen-drive com o ficheiro digital do símbolo a ser utilizado pela candidatura no boletim de voto.
O candidato, acompanhado por várias testemunhas e pela própria mandatária, dirigiu-se ao tribunal, onde entregou o dito ficheiro. Mais tarde, no entanto, foi notificado de que não tinha sido associado qualquer símbolo à sua candidatura, pelo que, no lugar onde o mesmo deveria estar no boletim de voto, surgirá um ‘I’ – ou seja, um número romano na vez do simbólico sol que Santana Lopes decidiu associar ao movimento independente que lidera.
Acontece que a funcionária do tribunal que recebeu o ficheiro do símbolo diz ter entregue o mesmo, mas, tendo depois entrado em período de férias, os dois colegas responsáveis pela continuidade do processo não terão associado o símbolo à candidatura, ficando o movimento sem símbolo oficial a poucas semanas do dia das eleições autárquicas.
Agora, o Nascer do SOL sabe que a candidatura de Santana Lopes avançará no Conselho Superior de Magistratura com um requerimento de forma a tentar resolver o imbróglio causado por aquilo que batiza como «erros do tribunal». Ao Nascer do SOL, o candidato mostra-se frustrado com toda esta situação, definindo-a como uma «tristeza», antes de atirar uma farpa: «Agora, em democracia, parece que é assim. Quando não se pode ganhar, impugna-se».
Candidatura em banho-maria
Para além das dificuldades com o nome e com o símbolo do movimento Figueira A Primeira, a candidatura de Pedro Santana Lopes à Câmara da Figueira da Foz está ainda numa espécie de ‘impasse’, aguardando a resolução do requerimento imposto pelo PSD no Tribunal Constitucional, argumentando que muitas das assinaturas feitas para apoiar a mesma candidatura foram feitas por pessoas que não puderam ver as listas na sua íntegra.
Assim sendo, e a poucas semanas do ato eleitoral que decidirá os órgãos executivos das 308 câmaras municipais do país, Santana Lopes aguarda ainda a luz verde e definitiva dos tribunais para levar avante a sua candidatura.
A pendência de recurso no Tribunal Constitucional faz com que Pedro Santana Lopes ainda não tenha dado o seu assentimento aos convites para debates televisivos, pela simples razão de que, neste momento, não sabe sequer se será candidato.