Depois de todos os votos contados, a vitória das eleições autárquicas vai para o PS que conquistou 148 câmaras em listas próprias – menos um que em 2013. Já o segundo lugar pertence ao PSD, que superou os maus resultados de 2013 e 2017, ao assumir a presidência de 113 municípios.
De acordo com os dados divulgados pela secretária-geral do Ministério da Administração Interna, o PS obteve 34,23% dos votos, resultando em 148 câmaras lideradas pelos socialistas.
Este resultado fica abaixo – apenas por uma câmara – daquele que foi consolidado em 2013 – 149 câmaras -, momento em que o PS era liderado por António José Seguro.
O único conselho que ganhou por coligação foi o de Felgueiras, no distrito do Porto, com o Livre.
Depois de mínimos históricos nas duas últimas autárquicas, o PSD ficou em segundo lugar com 113 câmaras: 72 municípios em listas próprias, 41 em coligação, das quais 31 em parceria com o CDS-PP.
Em 2017, os partidos de António Costa e de Rui Rio registaram os melhores e os piores resultados em eleições locais. O PS conquistou 161 municípios – 159 em listas próprias e dois em coligação, sendo o melhor resultado de um partido em autárquicas.
Já o PSD, obteve o pior resultado de sempre, ao arrecadar 98 câmaras, perdendo oito câmaras das 106 que conquistou em 2013.
A CDU voltou a perder terreno depois de ter registado o pior resultado de sempre em 2017. Das 24 câmaras que detinha, o partido de Jerónimo de Sousa ficou com menos cinco municípios, tendo apenas 19 câmaras. As baixas de peso foram as câmaras de Mora, Montemor-o-Novo (distrito de Évora) e Moita (Setúbal), que eram lideradas pela CDU desde 1976.
Para Chega e Iniciativa Liberal, estas eleições autárquicas foram a estreia dos partidos que, pela primeira vez, viram-se questionados sobre a sua influência nos concelhos portugueses.
O partido de André Ventura terminou em quarto lugar, sem conquistar nenhuma câmara, contudo conseguiu eleger 19 vereadores: maioria dos quais no distrito de Lisboa (em Cascais, Odivelas, Loures, Vila Franca de Xira, Sintra e Azambuja) e de Santarém (Entroncamento, Benavente, Salvaterra de Magos e Santarém).
A Iniciativa Liberal obteve 1,30% e não elegeu nenhum vereador em listas próprias, tendo colocado 26 deputados nas assembleias municipais.
Já em quinto lugar, ficou o Bloco de Esquerda com 2,75% dos votos, que também não conquistou qualquer câmara e ainda perdeu um número significativo de vereadores, passando de 12 para quatro.
Mesmo a manter a liderança das seis câmaras municipais de Velas (Açores), Santana (Madeira), Ponte de Lima (Viana do Castelo), Vale de Cambra, Oliveira do Hospital e Abergaria-a-Velha (Aveiro), o CDS-PP concluiu as eleições locais com um pior resultado do que em 2017, descendo dos 2,58% para os 1,48%.
O PAN também não conseguiu eleger vereadores e, a nível nacional, foi encostado pelas duas forças políticas estreantes nestas autárquicas.
Em assembleias municipais, o partido de Inês Sousa Real elegeu 26 deputados – menos um do que em 2017 – e em assembleias de freguesia aumentou significativamente a sua representação, passando de seis eleitos para 23.
Quanto aos grupos de cidadãos, 19 alcançaram a presidência de municípios, o número mais elevado desde que estes grupos puderam começar a candidatar-se a eleições autárquicas em 2009.
De realçar que ainda falta realizar-se a votação na União de Freguesias da Trofa, Segadães e Lamas do Vouga, no concelho de Águeda, que não ocorreu este domingo devido a um erro nos boletins de voto, e que deverá ter lugar daqui a duas semanas.
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