Massacre em Beirute traz à memória guerra civil

Uma multidão de apoiantes do Hezbollah, que protestava contra o juiz encarregue de investigar a explosão no porto de Beirute, foi alvo de fogo de snipers, apontando à cabeça. 

Pelo menos seis libaneses xiitas foram assassinados durante uma manifestação convocada pelo Hezbollah, em conjunto com um movimento seu aliado, o Amal, para exigir o afastamento do juiz Tarek Bitar, encarregue de investigar a explosão no porto de Beirute. Snipers abriram fogo a partir de edifícios, esta quinta-feira, apontando à cabeça de manifestantes, denunciou o ministro do Interior, Bassam Mawlawi, citado pela Reuters.

O massacre ocorreu num bairro que costumava ser a linha da frente durante a guerra civil do Líbano (1975-1990), e o Hezbollah apontou o dedo aos seus velhos inimigos nessa guerra, as Forças Libanesas, uma milícia cristã. Numa cidade habituada a guerra, o ataque de quinta-feira foi o mais mortífero desde 2008, levando a receios de um novo conflito, numa altura em que o Líbano enfrenta uma das piores crises económicas alguma vez vistas, deixando subitamente quase 80% da população à beira da pobreza. 

Perante a acusação, as Forças Libanesas negaram qualquer envolvimento no massacre. Já o Presidente libanês, Michel Aoun, declarou publicamente que é "inaceitável que as armas sejam mais uma vez os meios de comunicação entre rivais libaneses".