A polémica entre Inês Sousa Real, porta-voz do PAN, e a Confederação de Agricultores Portugueses (CAP) tem um novo capítulo, e ganhou uma nova protagonista.
Através do Twitter, a deputada não-inscrita Cristina Rodrigues, que deixou o PAN em 2020, comentou a polémica em torno da porta-voz do partido. “Vá malta, já chega. Deixem a Inês Sousa Robles em paz”, brincou a deputada. A mensagem foi publicada depois de, na segunda-feira, ter, alegadamente, feito um tweet a dizer que Inês Sousa Real tinha sido uma “péssima opção”. “Vamos ver se chegam aos outros casos”, atirou, supostamente, a deputada, que depois esclareceu não ser a autora do tweet em questão.
Sousa Real esteve na TVI, na manhã de quarta-feira, e não poupou críticas à CAP, cujo secretário-geral, na edição de segunda-feira do i, exigiu a sua demissão.
“O PAN tem afrontado muito claramente aquilo que são os interesses a que a CAP tem optado por dar voz”, começou por referir Inês Sousa Real, defendendo que o partido se tem “posicionado ao lado dos pequenos e médios agricultores, ao lado das boas práticas de agricultura – como a agricultura biológica, a transição e reconversão para modos e práticas mais ambientalmente responsáveis”, ao passo que a CAP “tem optado por se sentar ao lado dos grandes interesses, da produção intensiva e super intensiva”.
Sousa Real defendeu que “os interesses que a CAP representam sentem-se incomodados com a voz ativa que o partido tem tido na defesa dos interesses ambientais mas, acima de tudo, na defesa também dos pequenos e médios produtores”.
Acusações duras da porta-voz do PAN, sobre quem choveram críticas após uma notícia avançada pelo Nascer do SOL, no passado sábado, que a acusava de ser dona de duas empresas que praticam agricultura intensiva, com recurso a estufas, pesticidas e embalagens de plástico.
A deputada defendeu-se com o facto de ter incluído estas sociedades na sua Declaração de Interesses e negou as acusações, esclarecendo não estar mais associada a uma destas empresas (ainda que o marido continue a ser sócio da mesma), e em processo de cessão de quotas da outra. Negou também que as estruturas montadas nas empresas fossem estufas, esclarecendo tratar-se de túneis. Duas realidades, aparentemente, diferentes, apesar de Luís Mira, secretário-geral da CAP, não achar o mesmo.
Quando Mira sugeriu a sua demissão, a porta-voz do PAN respondeu na mesma moeda: “Se o secretário-geral da CAP não sabe a diferença entre uma estufa, um túnel ou até mesmo um estufim, e também não sabe distinguir a diferença entre pequenos produtores e produtores de grande escala (…), claramente parece-me que quem tem de pedir a demissão ou que está no sítio errado é o secretário-geral da CAP e não a líder do PAN”, reagiu.