"Já saiu o senhor Ferro Rodrigues da presidência da Assembleia da República (AR). É óbvio que a desculpa foi a dissolução da AR mas, na verdade, e já tenho dito isto há muito tempo, que mais cedo ou mais tarde ele ia dizer que estava com uma grande dor de barriga e ia pedir para se ausentar para ir à casa de banho e, assim, sair de fininho. As pessoas têm de saber quem é que nos governa", começou por explicar Rui Fonseca e Castro na reta final da transmissão realizada no Facebook, no sábado passado, através do qual expôs diversos pontos de vista durante aproximadamente 1h30.
De seguida, apresentou um vídeo relativo ao dia em que o jornalista Rodrigo Guedes de Carvalho, no telejornal da SIC, apresentou uma peça em que é possível ouvir os excertos de escutas telefónicas entre dirigentes do PS que foram revelados por aquele canal.
A estação televisiva de Paço de Arcos revelou conversas entre Ferro Rodrigues, António Costa e Paulo Pedroso que terão originado a ordem de prisão preventiva decretada pelo juiz Rui Teixeira. Na ótica do Ministério Público, estas interações constituíram uma "tentativa de perturbação do inquérito", sendo que, a determinado momento, ouve-se o então secretário-geral do PS dizer: "estou-me cagando para o segredo de justiça".
"Bom, neste vídeo vê-se que tiveram participação como suspeitos de abusos sexuais de menores, repetidos sistematicamente durante anos, não apenas figuras proeminentes do Partido Socialista. E ouvi dizer que o Paulo Pedroso tem um cargo na Santa Casa da Misericórdia, uma instituição que tutela o acolhimento de crianças. Um predador de crianças nunca irá parar. Resta saber se o senhor Ferro Rodrigues também vai receber um cargo desses agora. Estão lá todos: o Paulo Pedroso, o Ferro Rodrigues, o António Costa – mentiroso compulsivo –, o senhor das selfies – pelo menos foi indicado por alguém como uma possível forma de fazer pressão no processo Casa Pia", apontou o fundador da associação Habeas Corpus e antigo líder da página de Facebook Juristas Pela Verdade, adiantando que "é esta gente que hoje nos diz que estamos perante uma pandemia mortal, que restringe os nossos direitos, que quer amordaçar as crianças".
Importa referir que, a 29 de julho, incentivando o presidente da AR ao suicídio e sugerindo que o mesmo abusa sexualmente de menores, Fonseca e Castro viu o vídeo, pelas 18h daquele dia, ser eliminado do YouTube, surgindo a mensagem "este vídeo foi removido por violar a política do YouTube relativa a assédio e bullying".
"Vocês acham que esta gente está preocupada com a saúde pública? Com a saúde de alguém? São mentirosos compulsivos, são pedófilos, são as pessoas mais desprezíveis que se pode encontrar. Estamos numa sociedade moralmente podre e nauseabunda que tolera e promove a pedofilia, tortura crianças para proteger adultos, chama bichas a crianças de 13 anos que foram abusadas sexualmente por adultos", avançou o antigo juiz que está fora da magistratura desde o dia 5 de novembro.
Recorde-se que "por despacho do Exmo. Senhor Vice-Presidente do Conselho Superior da Magistratura [CSM], de 5 de novembro de 2021, no uso de competência delegada, é o Exmo. Senhor Juiz de Direito Dr. Rui Pedro Fonseca Nogueira da Fonseca e Castro, desligado do serviço por via de aplicação de pena disciplinar de demissão, com efeitos reportados a 05 de novembro de 2021". A decisão foi proferida pela Juíza-Secretária do CSM, Ana Cristina Dias Chambel Matias, e publicada em Diário da República volvidos onze dias.
"É este o país que temos e é isso que explica as medidas que estão hoje a ser implementadas nas escolas. São medidas de mentes pedófilas, executadas por pessoas que toleram a pedofilia. Os elementos das forças de segurança, hoje em dia, recebem ordens de pedófilos. Eles deviam sentir vergonha, ir para casa e pensar naquilo em que se transformou a profissão deles. Vejo por aí o Movimento ZERO que é ridículo: só falam de salários. A responsabilidade deles vai além dos salários. Tenham vergonha na cara!", frisou, visivelmente consternado, o ex-magistrado que, há duas semanas, já havia anunciado a realização de mais um protesto.
"Estaremos, no dia 4 de dezembro, em frente à Embaixada da Austrália em manifestação contra o que se está a passar naquele país. E lembrem-se sempre de uma coisa: não somos poucos. Não há distinção entre os vacinados e os não vacinados", divulgou num vídeo que veiculou, à época, no Facebook. "Os primeiros foram enganados. Uns perceberam, outros não perceberam, o que interessa é que lhes devolveriam os direitos se apanhassem esta injeção. E muitos deles estão a morrer e já não são os mesmos em termos de saúde. As pessoas que foram injetadas sabem que o familiar morreu e o filho de 13 ou 14 anos foi vacinado e morreu de ataque cardíaco. Somos todos vítimas daquilo que está a acontecer. O nosso apelo é que compareçam em massa à manifestação", realçou para mobilizar o máximo de apoiantes.
"Para melhorar a sociedade, temos de nos melhorar a nós próprios. Isso tem de ser feito todos os dias. Por isso é que, ao mesmo tempo que critico as forças de segurança, sei que a maioria é gente de bem. Também faço um apelo para que percebam por onde estamos a caminhar. Vão ter de traçar uma fronteira a partir da qual sabem que não vão passar. Isso é muito importante porque vão ser deparados com ordens ainda muito piores que estas. E é bom que cada um tenha perfeita consciência da linha a partir da qual não irá passar", concluiu o profissional – que, em março, foi suspenso preventivamente do Tribunal de Odemira, tendo exercido o cargo durante poucos dias depois de ter estado de licença sem vencimento durante dez anos – no vídeo que, até ao final da tarde desta quinta-feira, havia obtido quase 3.000 comentários e mais de 1.000 partilhas.