Começou perto das 21h10, com dez minutos de atraso, o debate entre Rui Rio e André Ventura para as eleições legistivas antecipadas que se realizarão a 30 de janeiro.
Se por um lado, Rui Rio reconhece que "se o Chega tiver uma votação muito elevada vai dificultar o PSD ser Governo", André Ventura acusa o candidato dos sociais democratas de se aliar constantemente ao PS.
O presidente do PSD afirma, no entanto, que não quer ir "para o poder a qualquer preço, como fez o António Costa em 2015" relembrando o governo da geringonça.
Com isso, Rui Rio insiste que seria capaz de se aliar a um Chega mais moderado mas não ao Chega que agora existe, uma vez que este tem no seu programa "coisas graves", nomeadamente o facto de ser assumidamente contra o regime. "Precisa de uma série de reformas, mas não quero outro regime", disse Rio.
André Ventura, em resposta, referiu que ainda que o o seu partido "não é radical" mas Rui Rio acusa o partido de Ventura de ser "instável": "Ora é a favor do SNS, ora é contra".
O social-democrata lembra a questão do deputado do Chega dos Açores referindo que, no governo do arquipélago havia "um acordo e na primeira oportunidade" o partido mais à direita "criou instabilidade".
Relativamente a este comentário, André Ventura refere que "instável é dizer que quer ser alternativa ao PS" e votar "ao lado dos socialistas".
O candidato de extrema-direita acabou por se exaltar e fez uma comparação inesperada relativamente a uma possível coligação: "O doutor Rui Rio não tem de gostar de mim, isto não é o programa do 'Quem quer casar com o Agricultor', é um programa para formar governo".
Os candidatos falaram ainda sobre o tema da prisão prepétua, com André Ventura a relembrar que é a favor e com Rui Rio a deixar uma porta aberta ao candidato do Chega, referindo que existem três possibilidades: Países que não têm prisão prepétua, países que têm prisão prepétua, e países que têm prisão prepétua mas com a possibilidade de sair em liberdade condicional ao fim de alguns anos, dando como exemplo o caso da Alemenha.
André Ventura referiu que está a concorrer às eleições para "mudar Portugal" e que os "subsidiodependentes não podem ter Mercedes às portas", garantindo ainda que não viabilizarã nenhum Orçamento que não tenha reformças nas áreas da justiça e da Segurança Social.
Já Rui Rio, questionado sobre se está a "piscar o olho ao eleitorado do Chega", afirma que não, lembrando que já anda "nisto há muitos anos": "Se não houvessem apoios sociais, 43% da população portuguesa era pobre". O presidente do PSD sublinha que não pretende "cortar subsídio nenhum", admitindo, no entanto, que "há pessoas que se acomodam".
O último minuto do debate foi de André Ventura, concluindo dizendo que "este homem [Rui Rio] quer ser vice-primeiro-ministro de António Costa".