O presidente da Iniciativa Liberal (IL) voltou a defender esta quarta-feira a privatização “imediata e responsável” da TAP e o escrutínio das injeções de capital na companhia aérea, propondo uma auditoria do Tribunal de Contas ao processo de nacionalização.
“O que nós defendemos é que, neste momento, qualquer euro que seja investido na TAP seja sujeito a escrutínio no Parlamento, que a privatização seja preparada de imediato de uma forma responsável para não prejudicar os interesses dos contribuintes e que o processo de nacionalização ocorrido desde 2020 seja sujeito a uma auditoria do Tribunal de Contas”, afirmou João Cotrim Figueiredo.
Durante uma ação de campanha no Aeroporto de Lisboa, o liberal distribuiu cheques fictícios no montante de 1.200 euros à ordem da TAP, explicando que aquele valor é o que uma família portuguesa de três pessoas paga do seu bolso para a TAP não falir, valor que considera completamente “imoral”.
“Este é o cheque que cada família portuguesa vai entregar à TAP para compensar aquilo que vai ser enterrado na companhia nos próximos anos”, explicou.
No debate entre os partidos com assento parlamentar, na segunda-feira, Cotrim Figueiredo também mostrou ao líder do PS um cheque idêntico, aproveitando para criticar António Costa por ter viajado para os Açores a bordo de um avião da Ryanair, em vez de viajar através da companhia pública.
Na ação de campanha, esta quarta-feira, apontou ainda críticas ao ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, defendendo que o governante não poderia ter entrado numa aventura destas “sem qualquer noção”.
“Atira-se com enorme confiança, batendo no peito, mas não faz ideia do que está a fazer e acaba por gerar este problema enorme aos contribuintes portugueses”, reforçou.
Depois dirigiu culpas a António Costa que, na ótica do liberal, deve um pedido de desculpa aos portugueses porque tem “usado e abusado das incorreções e das mentiras” nesta campanha, sobretudo quanto à TAP.
Classificou ainda como “absolutamente inaceitável” o montante investido na TAP, sendo igualmente “desproporcionado” ao estado da economia portuguesa e face a todas as outras empresas que precisaram de apoio durante a pandemia de covid-19.
“Para terem uma ideia, o que está investido na TAP já é cerca de metade daquilo que foi dado a todas as empresas que se candidataram ao lay-off simplificado no ano de 2020”, sublinhou, acrescentando que "o que vai acabar por ser investido na TAP, acreditando nos 3,2 mil milhões, serão cerca de 60% de toda a coleta do IRC em Portugal".
"Ou seja, 60% do que é cobrado em imposto a todas as empresas acaba investido numa única empresa”, destacou.