Negociações caminham devagar mas Zelensky diz que exigências da Rússia são agora “mais realistas”

Depois de três semanas de guerra, do lado ucraniano, Zelensky afirmou que as exigências da Rússia são cada vez “mais realistas”. No entanto, os russos não estão tão otimistas quanto os ucranianos, que, segundo o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, existe apenas “alguma esperança” de chegar a um acordo. 

Após três semanas de guerra, as negociações entre Ucrânia e Rússia continuam a decorrer, mas ainda estão longe de chegar a bom porto. Do lado ucraniano, o Presidente Volodymyr Zelensky afirmou, esta madrugada de quarta-feira num transmissão de vídeo para o país, que as exigências da Rússia são cada vez "mais realistas". No entanto, os russos não estão tão otimistas quanto os ucranianos, que, segundo o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, existe apenas "alguma esperança" de chegar a um acordo. 

Zelensky disse que é necessário mais tempo para as negociações, mais "esforços" e "paciência". “Qualquer guerra termina com um acordo”, destacou o líder da Ucrânia, que, depois de se apresentar ontem no Parlamento canadiano, vai discursar hoje no Congresso dos Estados Unidos. 

Já Sergei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, disse que as negociações não estão a correr assim tão bem, ainda que admita que existe "alguma esperança" de chegar a um acordo. 

Para Lavrov, há "razões óbvias" para a falta de entendimentos entre os dois países. “Estou a guiar-me pelo que me dizem os negociadores. Dizem-me que as negociações não estão a correr bem por razões óbvias. Ainda assim, há alguma esperança em chegar a um acordo”, apontou o governante em entrevista à televisão RBC, citada pela agência estatal TASS. 

No entanto, há algumas medidas que poderão estar perto de um acordo, avançou Lavrov, nomeadamente a questão da "séria" consideração da neutralidade da Ucrânia na política internacional, à semelhança dos países com a Áustria e a Suécia, que não pertencem à NATO. Mas a Ucrânia já disse que esta opção está fora de questão, segundo uma fonte da presidência ucraniana, citada pela agência AFP.

Ainda assim, a Rússia também se importa com outros pontos, como a utilização da língua russa na Ucrânia e a garantia da liberdade de expressão. 

Já o conselheiro do Presidente russo, Vladimir Putin, vai mais longe e assumiu que a Rússia pretende um "acordo para gerações". De acordo com a agência TASS, Vladimir Medinsky, um dos negociadores da delegação russa, enumerou cinco pontos essenciais: uma Ucrânia pacífica, livre, neutral, amiga, independente e livre da NATO.

"As negociações são difíceis, lentas. Claro que queríamos que fossem mais rápidas, esse é um sincero desejo da Rússia. Queremos que a paz chegue o mais rápido possível", sublinhou ainda Vladimir Medinsky.